Milhares de russos fizeram fila neste sábado (3/9) para prestar homenagem ao último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, em uma cerimônia fúnebre realizada em Moscou sem a presença do presidente Vladimir Putin.
A recusa do Kremlin em declarar um funeral de estado reflete um incômodo em relação ao legado de Gorbachev, que foi presidente entre 1985 e 1991 e tentou transformar a União Soviética com reformas democráticas, mas acabou precipitando seu colapso. Uma das maiores figuras políticas do século 20, ele foi idolatrado no Ocidente por ajudar a pôr fim à Guerra Fria.
Na quinta-feira (1º/9), Putin depositou, sozinho, flores no caixão de Gorbachev no hospital em Moscou onde o ex-líder soviético morreu, na última terça-feira (30/8). O Kremlin afirmou que a agenda cheia do presidente impediria que ele comparecesse ao funeral.
Gorbachev, morto aos 91 anos, será enterrado no cemitério Novodevichy ao lado de sua esposa, Raisa, após a cerimônia de despedida neste sábado, realizada no Salão das Colunas da Casa dos Sindicatos, uma opulenta mansão do século 18 próxima ao Kremlin, que vem abrigando funerais de Estado desde os tempos soviéticos.

O ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2021, jornalista e fundador da Novaya Gazeta, Dmitry Mutratov, segura um retrato do falecido presidente de Mikhail Gorbachev no local do velórioContributor/Getty Images

Soldados do Regimento Presidencial Russo marcham próximo ao caixãoContributor/Getty Images

O último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, morreu aos 91 anos em Moscou, em 30 de agostoContributor/Getty Images

População foi local para prestar última homenagem ao falecido presidenteContributor/Getty Images

Mikhail Gorbachev morreu aos 91 anosReprodução/redes sociais

Mikhail Gorbachev, ex-presidente da antiga União SoviéticaYouTube/Reprodução

Reprodução/redes sociais

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Durante a cerimônia, flores foram depositadas no caixão de Gorbachev, mantido aberto e ladeado por guardas de honra, ao som de música solene. Uma grande foto do político sorrindo foi disposta no salão. A filha do último presidente soviético, Irina Virganskaya, e as duas netas dele, sentaram-se ao lado do caixão.
“Quero agradecer-lhe por minha infância de liberdade, que hoje não temos”, disse Ilya, um trabalhador do setor financeiro, na casa dos 30 anos, que compareceu ao funeral e se recusou a dar seu sobrenome. “Sou um filho da perestroika”, disse, usando a palavra russa para as iniciativas de reforma, ou reconstrução, de Gorbachev.
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