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População mundial chegará a 9,9 bilhões em 2054

Metade do crescimento populacional projetado até 2050 será em países menos desenvolvidos, nações sem litoral e Estados insulares

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1 de 1 Imagem colorida do Presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis - Metrópoles - Foto: ONU/Evan Schneider

A Assembleia Geral da ONU acolhe, nesta segunda-feira (29/4), a celebração dos 30 anos da histórica Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada em 1994. De lá para cá, a população mundial cresceu de 5,6 para 8,1 bilhões de pessoas, com projeções indicando um aumento para quase 9,9 bilhões em 2054.

O aniversário da CIPD ocupa o centro das atenções na 57ª sessão da Comissão de População e Desenvolvimento, que acontece na sede da ONU em Nova York, Estados Unidos, até a sexta-feira (3/5).

Progresso desigual

Na conferência de 1994, os líderes mundiais concordaram em tomar medidas para afirmar que a igualdade de gênero, o empoderamento de mulheres e meninas e o acesso universal cuidados de saúde sexual e reprodutiva são direitos humanos e pré-condições para o desenvolvimento sustentável.

Para o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, o Programa de Ação da CIPD, “marcou uma nova era de compromisso por parte dos governos e da comunidade global em geral”, incluindo a sociedade civil e os líderes jovens, para integrar as preocupações da população “em todas as esferas da vida socioeconômica e atividade ambiental”.

Ao discursar na sessão celebrativa ele afirmou que “o progresso tem sido desigual, tanto entre como dentro dos países”. Francis lembrou que “crises globais multifacetadas, desde as alterações climáticas aos conflitos, colocaram em risco muitos dos ganhos duramente conquistados” pela conferência de populações.

Vidas mais longas e saudáveis

Segundo o subsecretário-geral dos Assuntos Econômicos e Sociais, Li Junhua, “as pessoas estão vivendo mais e tendo vidas mais saudáveis”. Ele afirmou que “esta história de sucesso é impulsionada por melhorias na nutrição, saneamento e controle de doenças, maior acesso à educação e melhores serviços de saúde, entre outros fatores”.

Junhua comentou que metade do crescimento populacional global projetado entre hoje e 2050 deverá ocorrer em três grupos de países em situações especiais. Os menos desenvolvidos, os em desenvolvimento, mas sem litoral e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento.

Segundo o subsecretário-geral, “progresso nestes três grupos de países determinarão cada vez mais se as metas de desenvolvimento global serão alcançadas”.

Direitos das mulheres

A diretora- executiva do Fundo de Populações da ONU (UNFPA), Natalia Kanem, listou alguns avanços importantes nos direitos de mulheres e meninas. Segundo ela, entre 2000 e 2020, a mortalidade materna diminuiu em um terço e “nem um único parlamento ou congresso hoje é exclusivamente masculino”.

Além disso, a líder do Unfpa afirmou que as meninas alcançaram a paridade com os rapazes nas matrículas no ensino primário e já excedem os meninos nas matrículas pós-secundárias.

No entanto, de acordo com ela, a Covid-19, os conflitos e a turbulência econômica causaram atrasos ao mesmo tempo em que desafios emergentes se aproximam. Dentre eles estão a “crise climática, retrocessos alarmantes contra os direitos das mulheres e novas tecnologias”, que precisam ser regulamentadas.

Expectativa de vida sobe para 73 anos

O relatório apresentado pelo secretário-geral ONU para a 57ª sessão da Comissão de População e Desenvolvimento indica que a expectativa de vida ao nascer registrou melhorias notáveis, aumentando globalmente de 64,5 anos em 1994 para 73,7 anos para ambos os sexos em 2024, impulsionado por reduções nas taxas de mortalidade ao longo das faixas etárias.

As melhorias na sobrevivência, juntamente com a queda da fertilidade, transformaram a idade e a distribuição da população global. O número de crianças menores de cinco anos em todo o mundo permaneceu estável, enquanto o número de pessoas com 65 anos ou mais do que duplicou nos últimos 30 anos e deverá duplicar novamente até 2054.

O relatório aponta também que quase 58% da população mundial residia em áreas urbanas em 2024, contra cerca de 44% em 1994.

 

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