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Obama, no último discurso na ONU: “Diplomacia é melhor do que muros”

O presidente dos EUA também pediu apoio aos refugiados sírios e acusou a Rússia de querer buscar a “glória passada” por meio da força

atualizado

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RICHARD DREW/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Barack Obama DISCURSA EM ASSEMBLEIA DA ONU
1 de 1 Barack Obama DISCURSA EM ASSEMBLEIA DA ONU - Foto: RICHARD DREW/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Após o presidente Michel Temer (PMDB) abrir nesta terça-feira (20/9) os debates na 71ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente americano, Barack Obama, fez seu último discurso enquanto chefe de Estado dos Estados Unidos.

Obama destacou que as oligarquias irão “ruir de dentro” e defendeu o combate à desigualdade. Em seguida, falou da tradição democrática americana e da importância da diversidade, de abrir portas para as mulheres. Para ele, foi isso que tornou possível um negro ser eleito presidente dos Estados Unidos. “A verdadeira democracia ainda é o melhor caminho”, afirma.

Para ele, há um desejo universal pela “democracia, liberdade, pela oportunidade de controlar suas próprias vidas”. O presidente também diz que rejeita todo tipo de “fundamentalismo, racismo” e que não acredita em qualquer “superioridade étnica”.

Todo tipo de discriminação é um risco à civilização

Barack Obama

O presidente dos EUA aproveitou o momento para criticar o candidato à presidência Donald Trump, ao afirmar que a diplomacia ainda é o melhor caminho. “Melhor do que erguer muros”. O republicano defendeu a construção de um muro na divisa com o México para barrar a entrada de migrantes latino-americanos no país. Lembrou também a necessidade de apoiar aos refugiados. “É necessário empatia: imaginar que aquela situação poderia ocorrer com as nossas famílias”.

Ele também acusou a Rússia de tentar recuperar sua “glória passada” por meio da força e pede para que os palestinos encontram uma solução para a questão do Oriente Médio e tente resolver os conflitos sem o uso da violência. “Israel tem que se conscientizar de que não pode ocupar e colonizar permanentemente o território palestino”.

Discurso de Temer

Temer abriu o pronunciamento dos chefes de Estado e de Governo que estão em Nova York (EUA). Em seu discurso, o presidente brasileiro disse que o impeachment de Dilma Rousseff (PT) respeitou a Constituição. Ele falou rapidamente sobre o assunto. Ele disse apenas que foi um processo longo e complexo que ocorreu de acordo com a Constituição. “Tudo transcorreu dentro do mais absoluto respeito constitucional. O fato de termos dado esse exemplo ao mundo implica que não há democracia sem Estado de Direito”.

O presidente destacou ainda que a principal missão do país é a retomada do crescimento econômico e a criação de emprego “aos milhões de brasileiros” que ficaram sem trabalho nos últimos anos. “Temos clareza sobre o caminho a seguir: o caminho da responsabilidade fiscal e da responsabilidade social. A confiança já começa a restabelecer-se, e um horizonte mais próspero já começa a desenhar-se.”

Durante o discurso, Temer afirmou que é contra “manifestações de demagogia” e que busca – tanto para o Brasil como para o mundo – um desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos humanos. Além disso, afirmou que “o mundo carece de normas que atenuem as assimetrias da globalização” e se colocou contrário às políticas de protecionismo. “O Brasil é obra de imigrantes, homens e mulheres de todos os continentes. Repudiamos todas as formas de racismo, xenofobia e outras manifestações de intolerância”, diz.

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