Parlamento da Finlândia aprova adesão do país à Otan
De acordo com porta-voz do Parlamento, foram 188 votos favoráveis e 8 contrários à entrada do país na Otan
atualizado
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O Parlamento da Finlândia aprovou, nesta terça-feira (17/5), a adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), grupo militar liderado pelos Estados Unidos (EUA).
A decisão foi anunciada por Matti Vanhanen, porta-voz do Parlamento. De acordo com o gestor, foram 188 votos favoráveis e 8 contrários à entrada do país na Otan.

Divulgação/Otan

Otan é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949, após o final da Segunda Guerra Mundial Getty Images

Os países signatários do tratado, na época, eram a Bélgica, França, Noruega, Canadá, Islândia, Países Baixos, Dinamarca, Portugal, Itália, Estados Unidos, Luxemburgo e Reino Unido Otan

Quando criada, reunia países ocidentais e capitalistas, liderados no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no período da Guerra Fria Dirck Halstead/Getty Images

A Otan tinha por objetivos impedir o avanço do bloco socialista no continente europeu, fazendo frente à URSS e a seus aliados da Europa Oriental, além de fornecer ajuda mútua a todos os países membros Keystone/Getty Images

A aliança era baseada em três pilares: a defesa coletiva dos Estados membros, impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, e encorajar a integração política europeia Getty Images

O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados mantinham-se em alerta para eventuais ataques bélicos Getty Images

A Otan investiu em tecnologia de defesa, na produção de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa antimísseis DavidLees/Getty Images

Na fase final da Guerra Fria, a organização passou a assumir novos papéis. Em 1990, sob ordem do Conselho de Segurança da ONU, a Otan interveio no conflito da ex-Iugoslávia. Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não membro Getty Images

Em 2001, a Otan anunciou a aplicação do princípio da segurança coletiva: um ataque feito a um país membro seria um ataque contra todos os demais Getty Images

Como os ataques terroristas ocorridos em setembro de 2001 foram considerados atos de guerra pelo governo norte-americano, a cláusula foi acionada. Por esse motivo, a organização participou da invasão ao Afeganistão Scott Nelson/Getty Images

Além de ver o terrorismo como nova ameaça, a Otan colaborou com operações de paz e realizou ajuda humanitária, como aos sobreviventes do furacão Katrina, em 2005 Getty Images

Soldados da Otan também realizaram operações militares em zonas conflituosas do mundo, como o Bálcãs, o Oriente Médio e o norte da África Getty Images

Atualmente, a aliança é composta por 30 países, localizados principalmente na Europa. O último país a integrar a Otan foi a Macedônia do Norte, em 2020 Getty Images

Bósnia e Herzegovina, Geórgia e Ucrânia são os três países classificados como “membros aspirantes” à organização. Porém, para a Rússia, a perspectiva da antiga república soviética Ucrânia se juntar à Otan é impensável Getty Images
Também nesta terça, a Suécia assinou o pedido de adesão à Otan. O anúncio foi feito pela ministra das Relações Exteriores do país, Ann Linde. A candidatura deve ser enviada junto com a da Finlândia, nas próximas semanas.
A entrada dos países no grupo militar contraria os interesses da Rússia. Em discurso na segunda-feira (16/5), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a expansão militar das duas nações exigirá reações do Kremlin.
De acordo com o líder russo, a ampliação do grupo militar está sendo utilizada pelos Estados Unidos de forma “agressiva” para agravar uma situação de segurança global que “já está dificultada”.
“A expansão da infraestrutura militar nesse território certamente demandará a nossa resposta. O que essa resposta será? Veremos quais ameaças serão criadas para nós. Os problemas estão sendo criados sem motivo algum. Vamos reagir em conformidade”, pontuou.
Mais cedo, na segunda-feira, o vice-ministro de Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Riabkov, afirmou que as candidaturas da Suécia e da Finlândia à Otan podem ser consideradas um “grave erro”. A adesão dos países à aliança militar ocorre em resposta à invasão russa contra a Ucrânia, que já dura cerca de três meses.
“É um grave erro cujas consequências podem ser consideráveis”, declarou a autoridade russa. Segundo Riabkov, a resposta do Kremlin dependerá das “consequências práticas da adesão” dos países nórdicos à organização.
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