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Onda de ataques e conflito armado interno: entenda a crise no Equador

Equador enfrenta onda de terror após o governo declarar estado de exceção, devido à fuga de líder de gangue da prisão

atualizado

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Romina Duarte/Agencia Press South/Getty Images
Imagem colorida mostra militares em guayaquil, no equador, após onda de violência atingir o país- metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra militares em guayaquil, no equador, após onda de violência atingir o país- metrópoles - Foto: Romina Duarte/Agencia Press South/Getty Images

Criminosos fortemente armados invadiram a transmissão de um programa jornalístico no Equador. A cena registrada na cidade de Guayaquil, além de simbolizar a onda de terror que o país enfrenta nos últimos dias, evidenciou a guerra travada entre as autoridades e o crime organizado associado ao tráfico de drogas. Entre ontem e hoje, 10 pessoas morreram.

O grupo de criminosos armados e mascarados invadiu o estúdio do canal de televisão da TC Televisión, em Guayaquil, na tarde dessa terça-feira (9/1). Diante das câmeras, o grupo rendeu o apresentador e a equipe, com armas de fogo de grosso calibre e explosivos. A polícia do Equador confirmou 13 prisões.

“Os reféns foram libertados, e os trabalhadores, levados para um local seguro. Os perpetradores serão levados à Justiça para serem punidos pelos atos terroristas”, informou o general César Zapata, comandante-geral da Polícia Nacional do Equador.

Veja imagens da ação:

A Universidade de Guayaquil também registrou uma correria nesta terça. Posteriormente, a instituição informou que não ocorreram ataques no local, mas que os estudantes entrarem em pânico com ataques em outros locais da cidade. A informação é do portal El Universo.

De acordo com o El País, também em Guayaquil, outro grupo de criminosos tentou invadir o Hospital Teodoro Maldonado Carbo.

Estado de emergência

O Equador iniciou a semana imerso em uma onda de violência, após o presidente Daniel Noboa decretar estado de exceção, na última segunda (8/1). A medida tem relação com a fuga de José Adolfo Macías Villamar, 44 anos, conhecido como Fito, líder da gangue Los Choneros, a mais poderosa do país, no domingo (7/1).

Ele é apontado como um dos líderes do grupo Los Choneros, considerado um braço do Cartel de Sinaloa, no Equador. O criminoso cumpria pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio. A possível fuga de Fito foi anunciada pelo general Cesar Zapata.

O sumiço de Fito, informa a imprensa local, resultou em uma série de rebeliões em cadeias do país.

Autoridades ainda alertaram sobre mais uma fuga. Fabricio Colón Pico, um dos chefes do grupo Los Lobos, e mais 38 criminosos escaparam de uma prisão de Riobamba, a 208 km de Quito, capital do Equador.

Em razão da fuga de Fito, o presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou estado de emergência por 60 dias, nesta segunda (8/1). Entre as medidas, consta toque de recolher das 23h às 5h. A determinação, porém, não foi suficiente para impedir o terror registrado nesta terça.

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“Conflito armado interno”

Pouco depois da invasão à rede de televisão, o presidente do Equador assinou um decreto em que reconhece a situação de conflito armado interno em âmbito nacional nesta terça-feira (9/1). A medida, que autoriza o Exército a apoiar a polícia, ocorre após uma onda de violência atingir o país.

Com o instrumento, Daniel Noboa ordena que as Forças Armadas façam operações militares para neutralizar “organizações terroristas e atores beligerantes não estatais”.

O decreto mira 22 grupos tratados como organizações terroristas: Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller, Choneros, Covicheros, Cuartel de las Feas, Cubanos, Fatales, Gánster, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tiburones, Mafia 18, Mafia Trébol, Patrones, R7 e Tiguerones.

Histórico de violência

Em agosto de 2023, o então candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio morreu em um atentado a tiros. O postulante ao cargo de chefe do Executivo equatoriano fazia parte do Movimento Construye (MC25) e era jornalista investigativo e político.

Em julho do mesmo ano, pouco antes de morrer, ele afirmou ter sido ameaçado por uma pessoa ligada a José Adolfo Macías Villamar, o Fito. Após a morte do concorrente, o criminoso foi transferido para uma prisão de segurança máxima, mediante uma megaoperação.

Villavicencio tinha, entre suas propostas, o enfrentamento ao crime organizado. Ainda assim, a ação não foi capaz de impedir que assumisse Daniel Noboa, também com plataforma de combate ao crime.

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