metropoles.com

Nos EUA, busca por tesouro já provocou a morte de quatro aventureiros

Milhares de pessoas já procuraram pelos objetos, supostamente avaliados em US$ 2 milhões, guiados por pistas deixadas em livro de memórias

atualizado

Compartilhar notícia

Facebook via BBC
1-corpo-de-paris-wallace-foi-encontrado-perto-de-santa-fe-no-novo-mexico-no-sudoeste-dos-estados-unidos
1 de 1 1-corpo-de-paris-wallace-foi-encontrado-perto-de-santa-fe-no-novo-mexico-no-sudoeste-dos-estados-unidos - Foto: Facebook via BBC

Decifrar versos em busca pistas e enfrentar a natureza para encontrar um tesouro. Pode parecer o roteiro de um filme de aventura, mas a busca por uma fortuna supostamente escondida nas Montanhas Rochosas, entre os EUA e o Canadá, já provocou a morte de quatro americanos.

Milhares de pessoas já procuraram pelos objetos, supostamente avaliados em US$ 2 milhões, guiados por pistas deixadas pelo colecionador Forrest Feen em um poema no seu livro de memórias. Os que não voltaram às suas casas com as mãos vazias, perderam a vida.

O último caso foi no meio do ano passado. Jeff Murphy, 53 anos, disse à família que faria uma pequena excursão no Parque Nacional Yellowstone, no Noroeste dos Estados Unidos. O objetivo seria escalar a montanha Turkey, uma aventura que duraria metade de um dia.

O corpo do americano foi encontrado após uma mega operação de buscas, que contou com montanhistas, agentes a cavalo, cachorros e um helicóptero. As investigações sobre a morte foram mantidas em sigilo, mas a televisão local KURL, do Estado de Montana, conseguiu acesso ao relatório oficial que confirmou o que muitos suspeitavam: Murphy estava em busca do tesouro.

Ele foi o quatro americano a morrer na empreitada. No início de 2016, Randy Bilyey, 54 anos, começou as busca nas montanhas no Novo México. Seis meses depois de seu desaparecimento, as autoridades encontraram os restos mortais do aventureiro nas águas do Rio Grande.  Mesmo local onde foi encontrado o corpo de Paris Wallace, 52 anos, em 2017. A outra vítima fatal foi Eric Ashby, 31 anos, que se aventurou nas turbulentas águas do rio Arkansas, no Colorado, e desapareceu.

O tesouro
O suposto tesouro inclui peças de ouro e rubis, esmeraldas, zafiras de Ceilán, pedras de jade e pulseiras de ouro pré-colombianos. A principal pista para os aventureiros é que as joias estariam escondidas nas Montanhas Rochosas. Mas, para quem pode ter se animado a procurá-las, o suposto perímetro de busca vai do sudoeste dos Estados Unidos até a Columbia Britânica, no noroeste do Canadá. E mais: o tesouro estaria a mais de 1,5 mil metros de altura.

O autor do livro que motiva os aventureiros é Forrest Fenn, um vendedor de arte e ex-piloto americano. Com o título Thrill of the chase (“O Prazer da Caçada”), a publicação reúne as memórias de Feen. O autor afirma que as nove pistas para encontrar o tesouro estão em um poema de 24 versos. O último deles diz: “Então, escute e escute bem, seu esforço valerá a pena; se você for corajoso, eu te dou o título de ouro”.

Hoje com 82 anos, Fenn continua afirmando que escondeu o tesouro que, de acordo com ele, vale US$ 2 milhões. Após protestos dos familiares dos aventureiros que morreram na busca, Feen afirmou que “ninguém deveria buscar em um lugar onde um homem de 80 anos (como ele) não conseguira ter escondido”.

O livro
Mesmo com as mortes, o livro aparece na lista de mais vendidos nas livrarias locais. A publicação custa US$ 35.  Na sinopse é possível ler “sobre a notável história real de Forrest Fenn e de um tesouro escondido, oculto em algum lugar das montanhas ao norte de Santa Fé”.

Questionado sobre por que decidiu esconder um tesouro, Fenn afirmou que “para que as pessoas se levantem de seus sofás”, de acordo com um blog que publica informações sobre o suposto tesouro. Críticos afirmam que o autor coloca a vida de pessoas em risco e que a história não passa de uma estratégia do milionário para vender mais livros.

Compartilhar notícia