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Nissan aprova demissão de Carlos Ghosn, preso por fraude financeira

Decisão foi tomada em reunião nesta quinta, após acusações de fraude financeira envolvendo o executivo brasileiro

atualizado

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Chesnot/Getty Images
Catlos Ghosn
1 de 1 Catlos Ghosn - Foto: Chesnot/Getty Images

O conselho de administração da Nissan aprovou, nesta quinta-feira (22/11), a demissão de Carlos Ghosn da presidência do colegiado da montadora japonesa. A decisão foi tomada após o escândalo gerado pela prisão do executivo após acusações de fraude financeira, afirmou a emissora estatal japonesa de televisão NHK.

O conselho também aprovou a remoção de Greg Kelly de sua posição como diretor representativo, publicou o jornal Nikkei. Um porta-voz da Nissan não comentou o assunto. O conselho da Nissan se reuniu nesta quinta para aprovar a remoção do presidente, dando início a um período de incerteza para a aliança de 19 anos da montadora japonesa com a Renault.

A parceria franco-japonesa, ampliada em 2016 para incluir a Mitsubishi, foi profundamente abalada pela prisão de Ghosn no Japão, na última segunda-feira (19/11). O presidente do conselho de administração das montadoras e estrela da indústria foi acusado de fraude. Ghosn moldou a aliança e estava pressionando por uma integração mais profunda, incluindo uma potencial fusão completa entre a Renault e a Nissan a pedido do governo francês, apesar de fortes ressalvas da firma japonesa.

Procuradores japoneses disseram que Ghosn e o diretor-representante Greg Kelly, que também foi preso, conspiraram para subdeclarar a remuneração de Ghosn durante cinco anos a partir de 2010, dizendo que o valor era aproximadamente a metade dos verdadeiros 10 bilhões de ienes (88,47 milhões de dólares).

O caso
O executivo brasileiro Carlos Ghosn é suspeito de ter usado unidades da Nissan na Europa para dissimular pagamentos de quase US$ 18 milhões para a compra de um imóvel de luxo em condomínio no Rio de Janeiro e de uma casa em Beirute, no Líbano. Ele é acusado de fraudar sua declaração de renda e de usar recursos corporativos para benefício pessoal.

Na última terça-feira, 20, o jornal japonês Nikkei revelou parte das investigações que apontam para a suspeita de que a Nissan Motors teria criado uma afiliada na Holanda e que, a partir dessa unidade, US$ 17,8 milhões foram pagos em dois imóveis de luxo ao executivo, no Rio e no Líbano.

De acordo com o jornal, a subsidiária holandesa foi criada em 2010, com capital de US$ 53 milhões. O dinheiro seria usado para investimentos. Oficialmente, a empresa indicava que aqueles recursos tinham como objetivo apoiar startups, ainda que existam poucas evidências de que o dinheiro acabou tendo essa finalidade.

Segundo o jornal japonês, os dois imóveis comprados a partir da unidade holandesa da Nissan eram para o uso de Ghosn. Cabia à empresa pagar por custos de manutenção e eventuais renovações. Estima-se que os gastos teriam chegado a 2 bilhões de ienes.

Ghosn passou sua infância no Rio e depois mudou-se para Beirute, onde terminou o colegial. No Líbano, a Nissan não conta com qualquer tipo de operação de grande escala. Fontes afirmaram que a investigação da Nissan sobre a suposta má conduta de Ghosn está sendo ampliada para incluir as finanças da Renault-Nissan.

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