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Microplásticos são vistos pela 1ª vez na água acumulada em plantas

O espaço que imaginavam ser restrito aos vegetais e animais também divide espaço com microplásticos

atualizado

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Universidade de Prešov
Fitotelmo em Dipsacus
1 de 1 Fitotelmo em Dipsacus - Foto: Universidade de Prešov

Fazendo uma pesquisa sobre que tipos de microrganismos poderiam habitar as pequenas poças de água que se formam nas plantas, um grupo de cientistas da Eslováquia fez uma descoberta curiosa e preocupante.

O espaço que imaginavam ser restrito aos vegetais e animais também dividia espaço com microplásticos. A observação microscópica os fez encontrar pequenos fragmentos de plástico que medem até 2,4 mm de comprimento.

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De acordo com o estudo dos pesquisadores da Universidade de Prešov, publicado na revista científica Biodiversity and Ecosystem Risk Assessment (BioRisk), este é o primeiro registro do tipo na natureza, e aponta para a emergência da questão ambiental.

“A detecção de MPs [microplásticos] nestas amostras foi acidental e inesperada”, afirmaram os autores, ao detalhar que a presença dos fragmentos plásticos aconteceu em áreas verdes no Leste da Eslováquia.

Os microplásticos estavam nas pequenas poças de água que se formam nos fitotelmos, o espaço que fica entre o caule e a folha e, normalmente, permite o acúmulo de água das chuvas.

“É um microcosmo aquático relativamente comum, mas negligenciado, com uma ocorrência de muito curto prazo de apenas 3 a 4 meses”, explicam os autores do estudo.

No caso do estudo, foram analisadas apenas amostras coletadas em plantas do gênero Dipsacus, um tipo de arbusto com flores.

Como microplásticos foram parar ali?

De acordo com os pesquisadores, não foram encontradas nas amostras nenhuma outra forma de contaminante. Tampouco chegaram a uma conclusão sobre a origem dos microplásticos na água que fica acumulada em plantas.

Entre as hipóteses mais aceitas, está a de que o plástico chegou com a água da chuva e ali ficou. Embasando o argumento, outros estudos já identificaram a presença da substância na neve recente, ou seja, aquela que acabou de cair no meio da Antártida.

Outra possibilidade é que caracóis e pequenos insetos tenham trazido o contaminante até o local.

“A primeira descoberta de microplásticos em pequenos reservatórios de água, de curto prazo, criados por plantas, é mais uma evidência de que a contaminação desse tipo se espalha por vários caminhos e provavelmente nenhum ambiente na Terra é seguro, o que obviamente torna nossa descoberta bastante desanimadora”, lamentam os pesquisadores.

Vale lembrar que, em vários estudos recentes, pesquisadores detectaram a presença de microplástico em várias espécies animais, principalmente em peixes; também foram identificados nos pulmões de pessoas vivas, na placenta de grávidas e até em amostras de sangue humano. Em todos os casos, as descobertas foram inéditas para a ciência, o que reforça a exposição das diferentes formas de vida a esse material.

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