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Em melhor cenário, temperatura global deve subir 1,5°C em duas décadas

Relatório do IPCC, órgão da ONU, fala diretamente que impacto das ações humanas no aquecimento do planeta é evidente e inquestionável

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Terra seca, geleiras derretendo e indústria
1 de 1 Terra seca, geleiras derretendo e indústria - Foto: null

O papel da influência humana no aquecimento do planeta é evidente e inquestionável, destacou o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado nesta segunda-feira (9/8). É a advertência mais direta e franca já feita pelo órgão sobre o fato de que o ser humano acelera de forma alarmante as mudanças climáticas.

Segundo o documento, espera-se que por volta de 2030 a temperatura média do planeta seja 1,5 ºC ou 1,6 ºC mais quente que a dos níveis da era pré-industrial nos cinco cenários relativos às emissões de gases de efeito estufa – que evoluem do mais otimista ao mais pessimista -, considerados no relatório. Isto ocorreria uma década antes do que o IPCC previu há apenas três anos.

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“É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra. Ocorreram mudanças rápidas e generalizadas na atmosfera, no oceano, na criosfera e na biosfera”, diz a análise, que vem em meio a temperaturas e chuvas recordes que abalaram tanto países ricos quanto pobres.

A primeira de três etapas do documento – intitulado Climate Change 2021: The Physical Science Basis -, também destaca que as mudanças recentes no clima não têm precedentes ao longo de séculos e até milhares de anos. “Todas as regiões do globo já são afetadas por eventos extremos como ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais provocadas pelo aquecimento global”, analisa.

Cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer outra década que a precedeu desde 1850, segundo o relatório. Ainda de acordo com a análise, a temperatura vai continuar a subir até meados deste século em todos os cenários projetados para as emissões de gases de efeito estufa.

O aquecimento de 1,5°C a 2°C será ultrapassado ainda neste século se não houver forte e profunda redução nas emissões de CO² e outros gases de efeito estufa. O IPCC também reitera que reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO²) e outros gases de efeito estufa ainda podem limitar as mudanças climáticas. No entanto, caso as reduções ocorram, ainda pode levar até 30 anos para que as temperaturas se estabilizem.

Pontos-chave do relatório do IPCC

– Espera-se que por volta de 2030 a temperatura média do planeta seja 1,5 ºC ou 1,6 ºC mais quente que a dos níveis da era pré-industrial nos cinco cenários relativos às emissões de gases de efeito estufa;

– Supondo que se faça absolutamente tudo para combater as mudanças climáticas, a temperatura global, após ter subido 1,5 ºC, será 1,4 ºC superior à da era pré-industrial até 2100;

– Desde a década de 1960, aproximadamente, as florestas, os solos e os oceanos absorveram 56% de todo o CO2 que a humanidade emitiu na atmosfera, apesar destas emissões terem aumentado 50%. Ou seja: sem a ajuda da natureza, a Terra seria um lugar muito mais quente e inóspito do que agora.

– O nível global dos oceanos aumentou cerca de 20cm desde 1900, e a taxa de elevação praticamente triplicou na última década. Os cientistas não descartam uma elevação das águas de até dois metros até 2100;

– O relatório inclui mais dados do que nunca sobre o metano (CH4), o segundo gás de efeito estufa mais importante, depois do CO2. Adverte que se não se conseguir diminuir as emissões, não será possível cumprir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris;

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