Ano de 2020 teve recorde de temperatura média global
Década registrou temperaturas recordes que apontam urgência para conter aquecimento, segundo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus
atualizado
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O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia afirmou que o ano passado empatou com 2016 como o mais quente já registrado na história. Com intensificação dos impactos das mudanças climáticas, a década 2011-2020 foi a mais quente já registrada. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira (8/1).
Em 2020, as temperaturas globais tiveram um aumento médio de 1,25º C em relação aos anos pré-industriais. Os últimos seis anos foram os mais quentes já registrados.
“Não é nenhuma surpresa que a última década foi a mais quente já registrada e é mais um lembrete da urgência de reduções ambiciosas de emissões para evitar impactos climáticos adversos no futuro”, pontuou Carlo Buontempo, diretor da Copernicus, também conhecida como C3S.
Após um inverno e outono excepcionalmente quentes na Europa, o continente experimentou o ano mais quente já registrado em 2020, enquanto o Ártico sofreu um calor extremo e as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, que aquecem o planeta, continuaram a aumentar.
Já no Hemisfério Sul, algumas áreas registraram temperaturas abaixo da média, o que está associado ao resfriamento provocado pelo La Niña. Apesar disso, os especialistas do serviço de monitoramento ressaltam que “é notável que 2020 corresponda ao recorde de 2016, apesar do resfriamento do La Niña, enquanto 2016 foi um ano recorde que começou com um forte evento El Niño de aquecimento”.
“Os eventos climáticos extraordinários de 2020 e os dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus nos mostram que não temos tempo a perder”, disse Matthias Petschke, Diretor do Espaço na Comissão Europeia, braço executivo da UE.
Concentração de CO2
A Copernicus também indicou que a concentração de CO2 na atmosfera não parou de aumentar em 2020, atingindo um nível máximo sem precedentes de 413 ppm (partes por milhão) em maio. O crescimento ocorreu apesar de a pandemia e a paralisia econômica mundial terem causado uma queda recorde nas emissões de 7%, segundo dados do Global Carbon Project.
“Embora as concentrações de dióxido de carbono tenham aumentado um pouco menos em 2020 do que em 2019, não podemos descansar. Até que as emissões globais líquidas reduzam a zero, o CO2 continuará a se acumular na atmosfera e impulsionar novas mudanças climáticas”, alertou Vincent-Henri Peuch, chefe do Copernicus Atmosphere Watch Service.