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Mapa mundial permanece rachado entre aliados da Ucrânia e da Rússia

Conflito no leste europeu tem impactos no mapa geopolítico e econômico globais. Diante de um cenário dividido, nações tomam próprios lados

Arte/Metrópoles
ARTE ESPECIAL GUERRA NA UCRÂNIA
1 de 1 ARTE ESPECIAL GUERRA NA UCRÂNIA - Foto: Arte/Metrópoles

atualizado

Um ano após a Ucrânia ser invadida pela Rússia, lideranças internacionais se acomodaram no mapa geopolítico que divide o mundo entre aliados de Kiev e Moscou. As principais parcerias nascem da disputa por novos polos de liderança global — com velhos conhecidos, entre eles, Estados Unidos e União Europeia, que disputam narrativas com Rússia e China.

Nas semanas que antecederam o marco de um ano de guerra contra a Rússia, completado nesta sexta-feira (24/2), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um tour por países ocidentais, em busca de uma artilharia mais robusta para o conflito.

A primeira vez que Zelensky esteve além das fronteiras de seu país desde o início da guerra foi em dezembro passado, quando visitou os Estados Unidos para se encontrar com o presidente Joe Biden.

Nas últimas semanas, o ucraniano também marcou presença no Reino Unido, na França e na Bélgica, país sede da União Europeia (UE). As nações estão entre as mais vocais e imponentes parceiras de um lado no conflito, que se arrasta sem perspectiva de paz.

No ponto oposto ao espectro, a Rússia encontrou líderes que fazem coro ao discurso de Vladimir Putin em países como Belarus – que disponibilizou o território como ponto de partida para parte da invasão –, Coreia do Norte, Síria e Venezuela.

Há ainda países que evitam condenar atitudes de ambos os lados da trincheira. A China, por exemplo, mostra uma inclinação aos russos, mas com um verniz de duplicidade. Brasil e Índia optaram por se manterem neutros assim como a Turquia, que divide fronteiras com Rússia e Ucrânia, e resiste em se indispor com qualquer lado.

Veja a divisão no mapa:

 

Apoio à Kiev

Além do quarteto de países que recebeu Zelensky desde o início da guerra, outras nações também enviaram algum tipo de ajuda militar à Ucrânia, como Canadá, Portugal, Itália, Espanha, Grécia, República Tcheca, Croácia e países nórdicos.

Todos são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), grupo no epicentro da invasão russa.

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Israel e Austrália, que não integram a União Europeia nem a Otan, mas costumam se alinhar ao posicionamento norte-americano, também estão entre os que prometeram auxílio ao governo ucraniano. A União Africana, grupo que inclui os 55 países do continente, pediu que a “paz seja restabelecida”.

A África do Sul demandou que a Rússia retire imediatamente as forças militares da Ucrânia, enquanto a Nigéria expressou ter sido surpreendida pela invasão, mas evitou condená-la ou pedir um cessar-fogo.

Veja os membros da Otan:

Além dos campos de batalha

Além do envio de material e suprimentos, o apoio à Ucrânia no conflito é manifestado de várias maneiras, inclusive, em vias diplomáticas, a partir de declarações e votos para condenar as ações militares do Kremlin nas Nações Unidas.

A adesão ao conjunto sem precedentes de sanções financeiras impostas e o acolhimento de mais de milhões de refugiados que cruzaram a fronteira em busca de proteção também são formas de demonstrar apoio.

A Polônia, por exemplo, que faz fronteira com a Ucrânia, recebeu quase 9 milhões de refugiados. Cerca de 7 milhões destes, porém, deixaram o país para regressar ao território ucraniano.

Na semana que antecedeu o primeiro ano de conflito no leste europeu, o presidente norte-americano Joe Biden fez uma viagem surpresa à Ucrânia numa grande demonstração de apoio ao país. Os Estados Unidos têm sido, de longe, o maior fornecedor de assistência militar para ajudar Kiev no conflito.

Segundo o democrata, Washington ficará ao lado da Ucrânia o tempo que for necessário. Durante a visita ao país ucraniano, Biden anunciou que fornecerá um novo pacote de ajuda militar no valor de US$ 500 milhões, que se somarão aos quase US$ 50 bilhões oferecidos anteriormente.

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Postura neutra

Ao contrário de lideranças que se firmaram de um lado ou de outro, a China atua de forma dúbia no conflito.

Ao mesmo tempo em que condena o pacote de sanções financeiras aplicadas a Moscou e contribui com a resistência da economia russa, Xi Jinping pediu a diminuição das tensões. Ele também chegou a oferecer ajuda humanitária à Ucrânia. 

Outros países, como Brasil, Índia e Turquia, se mantiveram neutros na tentativa de manter laços econômicos e diplomáticos com ambos os lados.

O presidente turco, por exemplo, diz que não pode romper vínculos com Rússia e Ucrânia, já que faz fronteira com os dois países. Ele, porém, condena a ação militar russa, chamando-a de “injusta e ilegal”.

Desde o início do conflito, a diplomacia brasileira, sob a gestão de Jair Bolsonaro, adotou uma posição de neutralidade, sem condenar uma resolução bélica para qualquer desacordo. Do outro lado, Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer, no ano passado, que Zelensky é tão culpado pela guerra quanto Putin.

Em janeiro deste ano, já no comando do Palácio do Planalto e em uma mudança de discurso, Lula disse que a Rússia cometeu um “erro crasso” ao invadir a Ucrânia, mas afirmou que “quando um não quer, dois não brigam”.

O atual presidente declarou ainda que o Brasil não tem interesse em enviar munições para auxiliar a Ucrânia no conflito.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), uma associação intergovernamental que inclui 10 países da região, emitiu uma declaração logo após o início do conflito, na qual evitou fazer qualquer menção direta à Rússia ou à condenação da invasão.

Lado russo

Apesar de um grupo mais restrito, o Kremlin encontrou aliados que enxergam legitimidade no discurso “anti-Ocidente” de Vladimir Putin. É o caso de Belarus, país estratégico localizado entre a Rússia e a Ucrânia, e que disponibilizou o território para o ponto de partida de parte da invasão, em fevereiro do ano passado. 

Síria, Venezuela, Cuba, Mianmar e Nicarágua, chefiados por governos autoritários, mantiveram os discursos contra potências, como os Estados Unidos e a União Europeia, ao classificarem as exigências e as preocupações com a segurança nacional russa como legítimas.

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