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Ex-aliado critica postura de Netanyahu: “Ele queria ser como Putin”

Ex-chefe de gabinete de Netanyahu afirma que o primeiro-ministro deseja ter “poder ilimitado” e o comparou ao líder russo Vladimir Putin

atualizado

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Mikhail Svetlov/Getty Images
Russian President Vladimir Putin visits Israel
1 de 1 Russian President Vladimir Putin visits Israel - Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images

Enquanto Israel vive momentos de tensão, com protestos contra polêmica reforma judicial proposta Benjamin Netanyahu e conflitos com vizinhos regionais, antigos aliados começam a se voltar contra o primeiro-ministro do país.

Em entrevista ao jornal Haaretz, o ex-chefe de gabinete de Netanyahu, Yoav Horowitz, disse que o atual primeiro-ministro deseja ter “poder ilimitado” o comparou ao líder russo Vladimir Putin.

“Perder não é uma opção. Ele não vai descansar até que todo o sistema judicial esteja no chão, implorando por perdão”, afirmou Horowitz, descrito pela mídia israelense como um antigo confidente próximo de Netanyahu.

O antigo aliado de Netanyahu foi visto recentemente em uma das manifestações que tomaram conta de Israel após a polêmica proposta de reforma judiciária. O projeto é visto por muitos como uma forma de proteger o primeiro-ministro de investigações que correm na Justiça, além de uma forma de enfraquecer a democracia do país.

Antes de deixar o cargo de chefe de gabinete em 2019, Horowitz diz ter identificado em Netanyahu a vontade de vencer a qualquer custo e o desejo de vingança contra a Justiça, que investiga o premier em três casos envolvendo corrupção, fraude, quebra de confiança, suborno e abuso de poder.

“Eu estava com medo de onde as coisas estavam indo. Ele se via como um Cezar ou o presidente de uma superpotência. Eu vi o quanto ele queria ser como Putin. Ele agora quer poder ilimitado, sem que tenha alguém que possa contê-lo. Temo pelos meus quatro filhos, que estão prestes a ingressar no Exército. Quem os conduzirá e para onde?”, afirmou Horowitz.

O governo Netanyahu cedeu as manifestações de israelenses e, no último dia 27 de março, adiou a reforma judicial. Contudo, o premiê de Israel já declarou que não pretende abandonar o polêmico projeto.

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