metropoles.com

Europa entrou na “era pré-guerra”, diz primeiro-ministro da Polônia

Ex-presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk afirma que “qualquer cenário é possível” diante da guerra na Ucrânia

atualizado

Compartilhar notícia

Omar Marques/Getty Images
imagem do primeiro-ministro da polônia Donald Tusk fazendo um discurso
1 de 1 imagem do primeiro-ministro da polônia Donald Tusk fazendo um discurso - Foto: Omar Marques/Getty Images

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, alertou que há uma ameaça “real” de conflito na Europa e que o continente entrou em uma “era pré-guerra” pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, citando o conflito prolongado entre Moscou e Kiev após a invasão do território ucraniano pelos russos.

Nas últimas semanas, a Rússia intensificou seu bombardeio contra a Ucrânia, que faz fronteira com a Polônia, e um dos mísseis russos sobrevoou brevemente o espaço aéreo polonês, que é um país-membro da Otan e da União Europeia (UE).

“A guerra não é mais um conceito do passado. Ela é real e começou há mais de dois anos. O mais preocupante no momento é que literalmente qualquer cenário é possível. Não vemos uma situação como essa desde 1945”, disse Tusk em uma entrevista ao grupo de mídia europeu LENA na sexta-feira (29/03).

A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945 com a rendição da Alemanha de Hitler e o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki pelos EUA.

“Sei que parece devastador, especialmente para a geração mais jovem, mas temos que nos acostumar com o fato de que uma nova era começou: a era pré-guerra. Não estou exagerando, isso está se tornando mais claro a cada dia.”

Tusk, que presidiu o Conselho Europeu de 2014 a 2019, fez o comentário um mês após o aniversário de dois anos da invasão da Ucrânia pela Rússia. A guerra interrompeu uma era de paz na Europa e levou as nações a aumentarem os gastos com defesa e a produção de armas.

Ele disse ainda que ninguém na Europa se sentiria seguro se Kiev perdesse a guerra. A Polônia vem sendo um dos países que mais apoia a Ucrânia desde o início do conflito.

Defesa comum

O primeiro-ministro polonês afirmou ter notado uma revolução na mentalidade europeia, pois segundo ele ninguém mais no bloco questionaria a necessidade de uma defesa comum “independente e autossuficiente”.

Ele citou como exemplo os dois maiores partidos da Alemanha, o Partido Social Democrata (SPD) e a União Democrata Cristã (CDU), que estão “competindo para ver qual deles é mais pró-ucraniano”.

“A União Europeia como uma unidade, como uma organização poderosa, deve estar mentalmente preparada para lutar pela segurança de nossas fronteiras e de nosso território”, disse.

A necessidade de uma Europa mais forte ficou ainda mais clara quando o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que está concorrendo às eleições de 2024, expressou abertamente opiniões céticas em relação à Otan.

“Nosso trabalho é nutrir as relações transatlânticas, independentemente de quem seja o presidente dos EUA”, disse Tusk na entrevista.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?