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Entenda a crise que levou presidente do Peru a tentar fechar Congresso

Pedro Castillo, presidente do Peru, foi eleito num contexto de intensa polarização e instabilidade política após o fim do governo Kuczynski

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Carlos Garcia Granthon/Fotoholica Press/LightRocket via Getty Images
Presidente do Peru, Pedro Castillo, durante cerimônia. Ele cumprimenta os jornalistas e plateia erguendo a mão e sorrindo - Metrópoles
1 de 1 Presidente do Peru, Pedro Castillo, durante cerimônia. Ele cumprimenta os jornalistas e plateia erguendo a mão e sorrindo - Metrópoles - Foto: Carlos Garcia Granthon/Fotoholica Press/LightRocket via Getty Images

Em novos desdobramentos da crise política peruana, nesta quarta-feira (7/12), o presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou a dissolução do Parlamento do país, convocou novas eleições e decretou estado de emergência e toque de recolher. Apesar da tentativa de golpe, o Congresso ignorou o pronunciamento de Castillo e aprovou seu impeachment.

O anúncio não foi uma surpresa, pois o presidente já vinha flertando com autoritarismo há algum tempo. Durante sua campanha à Presidência da República, Castillo chegou a prometer a desativação do Tribunal Constitucional e afirmou que a Suprema Corte do país defendia a “grande corrupção”. A época, ele ameaçou fechar o Congresso se os parlamentares não aceitassem seus planos.

Apesar de militar pela esquerda, Castillo tem um tom conversador no que tange os costumes. Ele é contra a legalização do aborto e a chamada “ideologia de gênero” na educação. Já eleito, ele declarou não ser comunista, após ser “acusado” por apoiadores da sua rival nas urnas, Keiko Fujimori.

A tentativa de dissolução do parlamento acontece em linha com os processos de impeachment abertos contra ele. A oposição alegava que Castillo era moralmente incapaz de ocupar o cargo de presidente do país.

Castillo ficou conhecido em 2017, após liderar uma greve de professores de quase três meses por aumento dos salários. Em 2021, ele foi eleito, vencendo a candidata de extrema-direita Keiko Fujimori. A diferença de votos entre eles foi de 0,4 ponto percentual.

Devido a margem de votos que levou Castillo à vitória, a candidata derrotada Keiko Fujimori disse que o resultado era “ilegítimo”, mas no final acabou reconhecendo que perdeu a eleição.

Inclusive, a derrota de Keiko se dá por alguns motivos. Ao sobrenome Fujimori –  ela é filha do antigo ditador Alberto Fujimori, que governou o país de 1990 a 2000, um período marcado por intensa violência de Estado; ao início da “Onda Rosa” na América Latina”, ou seja, o ressurgimento da esquerda na América Latina e a pauta camponesa.

Vale destacar que Castillo é o primeiro presidente camponês da história do Peru. Ele nasceu na pequena cidade andina de Puña, na província de Chota. Uma características desse povo são os largos chapéus, como usa o atual presidente.

Legislativo

O equilíbrio entre os poderes no Peru é frágil, um dos motivos é a característica unicameral do país, ou seja, em vez de uma Câmara e Senado, o Peru conta apenas com uma Casa Legislativa. Dessa forma, se a Casa decide derrubar um presidente, não há outra que possa equilibrar essa disputa política.

Sem um pêndulo político, antes de Castillo o país já passava por outra crise, dessa vez, pela mão do parlamento. Com o fim do mandato de Pedro Pablo Kuczynski, de 2016 a 2018, o Peru elegeu Martín Vízcarra, que foi derrubado pelo parlamento após dois anos por suspeitas de corrupção. Após isso, Manuel Merino assumiu e ficou no cargo dois meses e caiu pelo mesmo motivo.

Merino foi sucedido por Francisco Sagasti, que entregou o cargo a Castillo após as eleições.

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