A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e os líderes de Japão, Canadá, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Austrália condenaram nesta sexta-feira (18/11) o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) pela Coreia do Norte.
Eles alertaram que encontrarão “uma resposta forte e determinada da comunidade internacional”, após participarem de uma reunião de emergência convocada por Harris devido ao disparo norte-coreano, à margem da cúpula do fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em Bangkok.
“Pedi a este grupo de aliados e parceiros que se unisse a nós para condenar o lançamento de mísseis balísticos de longo alcance pela Coreia do Norte”, disse Harris.
Conheça as maiores potências nucleares do mundo

Em pronunciamento sobre a guerra travada entre Rússia e Ucrânia, o chefe da diplomacia do ex-país soviético fez comentários sobre o uso de armas nucleares. Na fala, ele alertou para uma possível Terceira Guerra Mundial, “nuclear e devastadora”Rob Atkins/ Getty Images

Segundo o Boletim de Cientistas Atômicos, atualmente, a Rússia concentra quase 6 mil ogivas nucleares, a maior quantia do mundo. Para os especialistas, o país sob comando de Vladimir Putin tem arsenal bélico avassaladorVyacheslav Argenberg/ Getty Images

Os Estados Unidos concentram aproximadamente 5.550 ogivas nucleares e também são uma grande potência militar. Foi o único país do planeta a usar armas nucleares em combate e, atualmente, mantém bombas gravitacionais nucleares em países da OtanMichael Dunning/ Getty Images

Concentrando cerca de 350 armas nucleares, a China está em terceira colocação no ranking de potências nucleares. Segundo dados divulgados pelo Pentágono, o país asiático tem avançado no poderio bélico e, hoje, é referência na tríade nuclear “nascente” (misseis com capacidade de serem lançados pelo ar, pela terra e pelo mar)Christophe Boisvieux/ Getty Images

Com um dos exércitos mais poderosos do mundo, a França tem posse de aproximadamente 290 artefatos nuclearesGregory_DUBUS/ Getty Images

Com armamento nuclear próprio, o Reino Unido concentra, hoje, cerca de 225 armas nucleares e tem dissuasor nuclear independente Chris Conway/ Getty Images

Por não participar do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares e do Tratado de Não Proliferação, o Paquistão tem expandido cada vez mais o arsenal nuclear. Com aproximadamente 165 ogivas, o país asiático é uma das maiores potências nucleares da atualidadeCaspar Benson/ Getty Images

Vizinha do Paquistão, a Índia também não participa do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares e do Tratado de Não Proliferação. Atualmente, o país concentra aproximadamente 156 armas de destruição em massatraveler1116/ Getty Images

Concentrando aproximadamente 90 armas nucleares, Israel pode ser considerado uma das novas potências nucleares mais sofisticadas do planetaStorvandre Photography/ Getty Images

Apesar de ser um país que tenta manter informações sobre sigilo, principalmente se tratando de desenvolvimento armamentício, estima-se que a Coreia do Norte tenha cerca de 50 armas de destruição em massaDivulgação
“Também pedi a eles que se juntassem para que nós, como aliados e parceiros, pudéssemos realizar consultas sobre os próximos passos. Essa conduta da Coreia do Norte, mais recentemente, é uma insolente violação das múltiplas resoluções de segurança da ONU. Isso desestabiliza a segurança na região e aumenta desnecessariamente as tensões”, acrescentou.
Logo em seguida, a Casa Branca emitiu um comunicado afirmando que os participantes da reunião concordaram que o lançamento do míssil “é uma violação flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
Por isso, pedem aos países-membros da ONU que implementem resoluções para responder a essa violação, reafirmando que “o caminho do diálogo está aberto para a República Democrática da Coreia do Norte”, à qual exortaram que “abandone a provocação desnecessária e retorne a uma diplomacia séria e sustentada”.
Capacidade para atingir os EUA
O mais provável é que o míssil tenha caído no mar a cerca de 210 quilômetros a oeste da cidade japonesa de Hokkaido, de acordo com a Guarda Costeira do Japão. Segundo o ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, o míssil tinha alcance suficiente para atingir o território continental dos Estados Unidos.
O ministro do Exterior do Japão, Fumio Kishida, chamou o lançamento do míssil de “totalmente inaceitável” e pediu uma ação unida da comunidade internacional para a desnuclearização completa da Coreia do Norte.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou que o lançamento foi realizado por volta das 10h15 (hora local) na área de Sunan, onde fica o aeroporto internacional de Pyongyang, local escolhido pelo regime para também lançar mísseis balísticos intercontinentais em fevereiro, março e 3 de novembro, embora dois dos lançamentos tenham fracassado.
O lançamento desta sexta-feira se soma aos cerca de 30 projéteis disparados por Pyongyang desde o início de novembro em resposta a grandes manobras aéreas de Seul e Washington, incluindo outro ICBM que, aparentemente, falhou e caiu prematuramente nas águas do Mar do Japão.
A tensão na península atinge níveis sem precedentes devido aos repetidos testes de armas norte-coreanos, às manobras dos aliados e à possibilidade de que, conforme indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un já esteja pronto para realizar seu primeiro teste nuclear desde 2017.
Resposta de EUA e Coreia do Sul
Os exércitos sul-coreano e americano responderam nesta sexta-feira ao lançamento norte-coreano, disparando bombas guiadas em caráter de teste a partir de caças F-35, além de realizar outras manobras aéreas combinadas sobre o Mar do Oriente (nome dado pelas duas Coreias ao Mar do Japão).
Os caças F-35A sul-coreanos de quinta geração lançaram bombas guiadas a laser GBU-12 em alvos que simulavam ser plataformas móveis norte-coreanas (TELs), enquanto outros quatro F-35A sul-coreanos e quatro F-16 americanos realizaram voos de formação de combate sobre o Mar do Japão, informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, em comunicado.