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Cientistas levam Nobel de Física por estudos de ondas gravitacionais

Alguns compararam a comprovação da teoria dos premiados com o momento em que Galileu observou os planetas com um telescópio

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1 de 1 nobel - Foto: Reprodução

O trio de cientistas americanos Rainer Weiss, Barry C. Barish e Kip S. Thorne foi laureado nesta terça-feira (3/10) com o Nobel de Física por ter comprovado a existência das ondas gravitacionais previstas pelo físico Albert Einstein em 1915, parte da sua famosa Teoria da Relatividade.

O trabalho do grupo de pesquisadores do Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (Ligo) representou o início de uma nova era para a astronomia. Alguns compararam a comprovação da teoria com o momento em que Galileu observou os planetas com um telescópio.

“A descoberta deles abalou o mundo”, disse Goran Hansson, chefe da Real Academia Sueca de Ciências.

As ondas gravitacionais são pequenas ondulações provocadas no tecido do espaço-tempo quando um corpo com massa é acelerado. Elas podem ser comparadas às ondas que se formam na água após o arremesso de uma pedra.

O deslocamento de um corpo com massa se dá após acontecimentos muito violentos, como uma colisão entre galáxias e a fusão de dois buracos negros. Einstein havia previsto que os objetos que se movem no Universo produzem ondulações que se propagam no espaço-tempo, distorcendo-o.

Até a descoberta dos cientistas americanos, não havia evidência concreta da existência de ondas gravitacionais que distorcem o espaço-tempo e se propagam à velocidade da luz.

A equipe de astrofísicos usou dois novos e potentes detectores de U$ 1,1 bilhão para medir uma onda gravitacional formada pela fusão de dois buracos negros numa galáxia distante 1,3 bilhão de anos-luz da Terra. Um dos equipamentos está localizado em Livingston, no estado de Luisiana, e o outro em Hanford, Washington. O feito ocorreu em 14 de setembro de 2015.

Marco na astronomia
A comprovação da existência das ondas gravitacionais encerra a busca por provas de uma parte importante da teoria de Einstein, a única que ainda não havia sido provada. A certeza de que essas ondas, de fato, existem altera a compreensão que os cientistas têm do Universo, principalmente de conceitos fundamentais como espaço, tempo e gravidade.

Se as ondas gravitacionais podem ser detectadas, isso permite ampliar os conhecimentos sobre estrelas, galáxias e buracos negros distantes, com base nas ondas por eles produzidas.

Ondas gravitacionais formadas pelo Big Bang poderiam fornecer novos conhecimentos sobre como o Universo se formou. Indiretamente, a existência dessas ondas também amplia os indícios de que os buracos negros, que nunca foram observados, de fato existem.

Elas também permitem uma melhor compreensão da natureza da gravidade, já que, na teoria de Einstein, a gravidade é um fenômeno resultante da deformação (curvatura) do espaço-tempo por um corpo com massa.

As ondas gravitacionais demoraram um século para serem comprovadas porque são muito difíceis de serem medidas. Quando chegam até a Terra, a amplitude delas já é muito reduzida – menor que o núcleo de um átomo. Assim, são necessários detectores muito sensíveis para medi-las. O próprio Einstein duvidava que seria possível comprovar a existência das ondas gravitacionais por elas serem muito pequenas ao chegarem ao nosso planeta.

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