Ator russo pró-guerra chama a própria filha de traidora
Na semana passada, Vladimir Mashkov, um ator popular na Rússia, defendeu a atuação de Vladimir Putin no conflito no Leste Europeu
atualizado
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O ator russo Vladimir Mashkov, que discursou em evento do presidente Vladimir Putin na semana passada, chamou a própria filha de traidora, depois que ela criticou a invasão da Ucrânia. A informação foi divulgada pelo jornalista Max Seddon, chefe de redação do Financial Times em Moscou.
“É simplesmente impensável e surreal. E o fato de tantos russos, incluindo meu pai, acreditarem que essa violência é de alguma forma justificada, parte meu coração”, disse Marija Wladimirowna Maschkowa, também atriz, em entrevista à CNN. “Pare com esse pesadelo”, pediu ela, que vive nos Estados Unidos há seis anos.
“It’s just unthinkable and surreal. And the fact that so many Russian people, including my dad, believe that this violence is somehow justified, it breaks my heart.”
Russian actress Masha Mashkova condemns Putin’s invasion of Ukraine despite her famous father’s support of it. pic.twitter.com/YukE3wgbkq
— CNN (@CNN) March 22, 2022
Vladimir Mashkov é um ator popular na Rússia. Ele participou de filmes como Atrás das Linhas Inimigas (2001) e Missão Impossível – Protocolo Fantasma (2011), com Tom Cruise. Há alguns dias, em um evento pró-Putin, ele defendeu o líder russo.
27 dias de guerra
A guerra no Leste Europeu completa 27 dias, e os líderes envolvidos no conflito não conseguem avançar nas negociações de paz. A mistura de intensificação dos bombardeios, o endurecimento das sanções e o aumento de apoio militar à Ucrânia é agravada pelo estremecimento de relações entre Estados Unidos e China, devido à possibilidade de apoio do país de Xi Jinping aos russos.
Enquanto o presidente norte-americano, Joe Biden, pressiona os chineses, o líder russo, Vladimir Putin, segue ameaçando países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e afirmando que pode considerá-los “participantes” do conflito se o apoio bélico à Ucrânia seguir. As posturas das duas potências aumentam a tensão diplomática no mundo, pela chance de a confusão se espalhar.
Nessa segunda-feira, Biden e outros três integrantes do mais alto escalão do governo dos Estados Unidos fizeram declarações públicas sobre a guerra na Ucrânia e mostraram como o conflito está longe de ser contido no Leste Europeu.
Biden minimizou o poder do presidente russo o Pentágono, que comanda a máquina militar do país, alertou para ataques cibernéticos; a Casa Branca, sede do governo, cobrou responsabilização para o conflito; e o Departamento de Estado, órgão da diplomacia, puniu funcionários chineses – restringindo vistos.
Enquanto isso, os russos ameaçam até romper relações diplomáticas com os norte-americanos devido à dura posição de Biden sobre Putin.