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Ataque na República Democrática do Congo mata 14 soldados da ONU

Rebeldes dispararam contra base das Nações Unidas no leste do país. Ao todo, 53 pessoas ficaram feridas: três estão em estado grave

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Jerome Delay/AP Photo
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1 de 1 congo-peacekeepers-ki-fran - Foto: Jerome Delay/AP Photo

Ao menos 14 capacetes-azuis (soldados da força de paz) morreram em ataque a uma base das Nações Unidas na República Democrática do Congo nesta sexta-feira (8/12). Esse é o pior ataque sofrido pela organização internacional em sua história recente.

“Podemos confirmar pelo menos 14 capacetes-azuis mortos e outros 53 feridos, três deles em estado gravíssimo”, disse o chefe das operações de paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix, na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York (EUA). Os soldados foram identificados como militares da Tanzânia.

Lacroix afirmou que o ataque foi realizado pouco depois de um “aumento nas atividades de vários grupos armados na região” e em resposta à “postura robusta” da missão de paz na região. “Estamos incomodando eles”, disse o funcionário da ONU.

Jean-Pierre Lacroix não descartou que o número de vítimas possa aumentar. Segundo ele, pelo menos outros dois soldados estavam desaparecidos desde o ataque sofrido na província de Kivu do Norte.

Crime de guerra
Trata-se do pior ataque contra as forças de paz da ONU na história recente da organização, afirmou o secretário-geral António Guterres, que confirmou, inicialmente, pelo menos 12 mortos e 40 feridos.

“Estes ataques deliberados contra as forças de paz da ONU são inaceitáveis e constituem um crime de guerra”, disse Guterres, acrescentando que os autores “não podem ficar impunes”. “Peço que as autoridades da República Democrática do Congo investiguem este incidente. Não pode haver impunidade para estes ataques em nenhum lugar”, destacou.

Uma fonte diplomática da ONU informou que ao menos outros dois soldados, possivelmente congoleses, morreram no ataque. A missão para a manutenção da paz no país africano, a Monusco, foi atacada por rebeldes muçulmanos do Uganda ADF, um dos grupos armados operando na região de Kivu do Norte, relatam fontes militares congolesas.

O ADF teria pelo menos 1,5 mil combatentes atuando na região de fronteira entre a República Democrática do Congo e Uganda, e foi responsável por pelo menos outros dois ataques de grandes proporções contra as forças da ONU no país: um em julho de 2013 e outro sete meses depois, de acordo com informações da própria organização internacional.

Quatro horas de confronto
A base da missão de paz abriga as forças de intervenção rápida da ONU, as quais têm um raro mandato para intervir ofensivamente, segundo informações da Radio Okapi, apoiada pela missão da ONU. Citando fontes militares, a estação informou que os confrontos entre os capacetes-azuis e os rebeldes duraram cerca de quatro horas.

Desde a chegada das forças de paz ao país, em 1999, cerca de 300 capacetes-azuis já foram mortos, de acordo com dados oficiais das Nações Unidas.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos se disse horrorizado com os relatos do mortífero ataque na República Democrática do Congo. O Bureau de Assuntos Africanos do departamento usou sua conta no Twitter para manifestar suas “mais profundas condolências” à missão de paz no país africano, aos militares congoleses a aos parentes das vítimas.

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