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Miranda sobre áudio: “Conversas privadas devem ser preservadas”. Ouça

Deputado voltou a negar que seja autor da gravação com presidente Jair Bolsonaro após provocação de integrantes do Conselho de Ética

atualizado

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Pedro França/Agência Senado
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1 de 1 LM 3 - Foto: Pedro França/Agência Senado

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) voltou a negar, nesta quarta-feira (14/7), que tenha sido autor de possível áudio do encontro no qual ele e o irmão, o servidor concursado Luis Ricardo Miranda, apresentaram ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) denúncias de corrupção na aquisição da Covaxin pelo Ministério da Saúde.

Em conversa com o Metrópoles (ouça abaixo), o congressista repetiu que “jamais gravaria o presidente da República”, mas não descartou completamente a existência do registro, uma vez que outras pessoas presentes no ambiente possam ter gravado. A declaração ocorreu após integrantes do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados sinalizarem que podem cobrar a exposição do conteúdo. Miranda é alvo de uma representação por quebra de decoro.

“Eu acho que, entre os pares, tem que existir respeito. Nem tudo que se fala, até por questões de discussão, deve ser posto. Então, em respeito aos parlamentares e principalmente ao presidente da República ou a qualquer membro do Executivo, mesmo que fosse do Judiciário, de outros poderes, as conversas em privado devem ser preservadas”, disse.

Miranda, contudo, voltou a deixar no ar que, embora negue a autoria, não descarta que haja registro do diálogo com Bolsonaro, ocorrido no Palácio da Alvorada no dia 20 de março deste ano.

“Na minha opinião, não existe [o áudio]. Eu também não posso confirmar se não existe, porque não posso falar por outras pessoas que estavam na sala, inclusive o próprio presidente. Por diversas vezes, eu já estive em reuniões do Ministério da Saúde e em outros ministérios, nas quais eles confirmaram que todas as reuniões com os ministros são gravadas. As salas são gravadas para poder garantir que qualquer conversa escusa, qualquer conversa fora do contexto da República, seja registrada”, esquivou-se.

Para Miranda, o principal conteúdo da conversa, segundo ele, já teria sido reconhecido pelo próprio Bolsonaro em declarações recentes do titular do Palácio do Planalto.

“As denúncias feitas ao presidente só foram expostas porque se trata de uma investigação – para colaborar com as investigações, trazer à luz da verdade tudo aquilo que já tinha sido dito, tanto pelo meu irmão ao MPF, como tinha apresentado para o presidente da República. Então, somente isso e nada mais que é isso. [Estou] tentando sempre evitar que as conversas paralelas, que não torneiam o tema principal, sejam expostas. Eu venho fazendo isso, respeitando inclusive o presidente, apesar da total falta de respeito da base governista e, de algumas vezes, no meu entendimento, por parte do presidente.”

Ouça a declaração feita ao Metrópoles:

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