Autodidata, vencedor do “Desafio Sous-Chefs” se iniciou na cozinha aos 9 anos de idade

Atuando há 10 anos como braço direito da chef Mara Alcamin no Universal Diner, Pedro Moreira é modesto quanto a planos futuros mas rigoroso no dia a dia: "Não basta apenas ser bom"

Felipe Moraes
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Entre dezembro do ano passado e janeiro, Pedro Moreira superou oito sub-chefs de conceituados restaurantes da cidade no Desafio Sous-Chefs, competição culinária promovida pelo Metrópoles. Na eliminatória, disputada com os sub-chefs Cleodinei Costa (Parrilla Madrid) e Daniel Guerrero (Cru Balcão Criativo), ele ficou na preferência do júri e do público com seu  carré de cordeiro com trilogia de cará — musseline de cará, chips de cará e cará glaceado com mel e vinho merlot.

Na final, enfrentando Denis Sousa (Trio Gastronomia) e Ivonildo de Souza (Gero), novamente fez o maior número de pontos na votação do júri e empatou com Denis na votação do público, no site. Fez um polvo marinado, sobre cama de vinagrete de brócolis, acompanhado de espuma de gengibre e couve. Acabou levando o título de campeão dessa primeira edição do Desafio Sous-Chefs.

Tímido, Pedro mostra-se muito disciplinado e concentrado quando está diante do fogão. Braço direito da chef Mara Alcamim no restaurante Universal Diner, ele construiu sua carreira de maneira bastante pessoal, sendo autodidata desde criança.

Nascido no município de Minduri, em Minas Gerais, Moreira passou boa parte da vida em Itu, interior de São Paulo. Bem cedo, aos 9 anos de idade, começou a ter o primeiro contato com cozinhas. À época, já recebia salário mensal pelo trabalho como lavador de pratos em um restaurante da cidade paulista.

Dali, foi ascendendo até chegar à primeira experiência profissional como cozinheiro, aos 14. Ao longo da adolescência, rumou de restaurante em restaurante. Mas a carreira foi interrompida por nove anos, quando Moreira decidiu se dedicar ao serviço militar. Deu baixa do quartel aos 27 anos e se mudou para Brasília.

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Na eliminatória, com os concorrentes Cleodinei (Parrilla Madrid) e Daniel (Cru) *Michael Melo /Metrópoles*
Em ação, na busca pela classificação
Em ação, na busca pela classificação
Em ação, na busca pela classificação
Apresentação do prato aos jurados, na eliminatória
Paleta de cordeiro: o prato que rendeu a classificação
Largada da final, disputada com Ivonildo (Gero) e Denis (Trio) *Fotos: Rafaela Felicciano*
Em ação, durante a final
Em ação, durante a final
Em ação, durante a final
Tarefa cumprida: o prato feito com polvo resultou na vitória
A receita vitoriosa

Rotina árdua e gratificante
Há uma década, ele divide a cozinha do Universal Diner com Mara Alcamim. Atualmente, lida com cerca de 18 funcionários. O principal desafio, segundo ele, é justamente administrar as especificidades de cada pessoa. “Tenho que estar atento a tudo. No dia a dia, comandamos a cozinha e ficamos ligados nos detalhes. Lidar com pessoas é difícil”, diz.

Aos 40 anos, Moreira enfrenta uma rotina pesada: cerca de 14 horas por dia. “Teve período que já trabalhamos até 32 horas sem parar. Mas é gratificante”, conta. Morador da Cidade Ocidental, o sub-chef enxerga a excelência como meta diária. “A gente preza sempre pelo melhor”, analisa. “Na ausência do chef, sempre tento dar o meu máximo. Não basta apenas ser bom”, completa.

Apesar da experiência, Moreira ainda não almeja a carreira de chef. “Eu não tenho essa gana de ser dono de restaurante ou chef de cozinha”, diz.

Pelo Facebook, poucas horas antes do resultado ser divulgado, a chef Mara Alcamim agradeceu os votos do público:

Pedro gatinhooo!!!#universaldiner

Publicado por Universal Diner em Sexta, 8 de janeiro de 2016

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