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Panorama Olímpico: como está o clima um mês antes dos jogos

Organizadores correm contra o tempo para garantir realização do evento. Entidades médicas e população local se colocam contra

atualizado

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Yuichi Yamazaki/Getty Images
Protesto contra as Olimpíadas de Tóquio
1 de 1 Protesto contra as Olimpíadas de Tóquio - Foto: Yuichi Yamazaki/Getty Images

Falta pouco menos de um mês para o início das Olimpíadas de Tóquio, no Japão. A realização do evento mais importante do esporte, no entanto, segue longe de ser uma unanimidade política e sanitária. As pressões nos bastidores, para que aconteçam e para que sejam cancelados, ganham mais destaque no noticiário que os possíveis recordes quebrados.

O episódio mais recente que explica o atual panorama que cerca a realização dos jogos foi a fala do primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, que lamentou na última quarta (9/6) ter que suportar toda a pressão para que os jogos aconteçam.

No fim do mês passado, entidades médicas atacaram de maneira dura a realização do evento. O último deles veio da Associação Médica de Tóquio, que pediu que o evento fosse realizado sem a presença de público. Como justificativa, a entidade destacou o aumento de casos de Covid-19 em todo o país. Até o dia 31 de maio, o país se encontrava em estado de emergência por conta da alta de casos da doença.

Antes dessa solicitação, outra associação de médicos pediu o cancelamento do evento. Menos de uma semana antes, o sindicatos dos médicos de Tóquio também pediu que os jogos fossem suspensos. As competições deveriam ter ocorrido no ano passado, mas por conta da pandemia, foram remarcadas para 2021.

E a rejeição não se limita às entidades médicas. Uma pesquisa realizada em maio mostrou que 80% da população japonesa se mostrou contrária a realização das Olimpíadas sob o contexto pandêmico.

Medidas preventivas e o risco do prejuízo

Para evitar que os jogos Olímpicos de Tóquio sejam adiados mais uma vez, ou até mesmo cancelados, o Comitê Olímpico Internacional se desdobra para apresentar uma solução. Thomas Bach, presidente da entidade, assegurou que ao menos 75% da Vila Olímpica estará vacinada até o início do evento.

Além das vacinas, o mandatário afirmou que o COI também levará médicos para não sobrecarregar o sistema de saúde japonês, que se encontra em situação delicada.

Os organizadores reagiram positivamente à oferta. A presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, já afirmou que a vacinação dos participantes do evento ajudaria muito na garantia de segurança para que os jogos ocorram.

O temor de um novo adiamento, ou até mesmo um cancelamento, tem base financeira. Um estudo realizado por Katsuhiro Miyamoto, professor de teoria econômica da Universidade de Kansai, no Japão, indica que o prejuízo em caso de cancelamento chegaria em US$ 3,7 bilhões .

Se a conta ainda incluir os gastos com consumo dos visitantes, perdas da indústria do turismo e na promoção de eventos esportivos e culturais, a soma chegaria a US$ 23,1 bilhões.

A Olimpíada de Tóquio está marcada para iniciar no dia 23 de julho, com encerramento marcado para o dia 8 de agosto. Isso, se ocorrer. É esperar para ver.

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