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Medalhista paralímpico, Wendell Belarmino revela planos para carreira

Em 2019, o nadador paralímpico venceu seis medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Lima e três no Mundial de Natação Paralímpica

atualizado

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Ale Cabral/CPB
Wendell Belarmino
1 de 1 Wendell Belarmino - Foto: Ale Cabral/CPB

Quatro medalhas de ouro e duas de prata nos Jogos Parapan-Americanos em Lima, no Peru, em agosto. Depois, ouro, prata e bronze no Campeonato Mundial de Natação Paralímpica, em Londres, com direito a recorde pessoal quebrado. A temporada 2019 do brasiliense Wendell Belarmino, atleta de natação da classe s11 (para cegos) tem sido inesquecível, fruto de um trabalho que começou quando ainda era criança.

“Comecei a fazer natação para ajudar no desenvolvimento motor e melhorar de problemas respiratórios. Durante um tempo, pratiquei hipismo também, mas tive de parar por causa de uma cirurgia que fiz nos olhos. Aí voltei para a natação e nunca mais parei”, contou Wendell ao Metrópoles.

Wendell nasceu com glaucoma congênito e passou por seis transplantes de córnea. Mesmo assim, a perda da visão tem sido gradativa. Hoje, aos 21 anos, só restam 3% de resíduo visual. Apesar da deficiência, Wendell procura focar naquilo que pode controlar: sua preparação, treinamentos, seu foco.

Ao falar sobre as principais dificuldades na carreira, o atleta, que nasceu no hospital Santa Lúcia, mas vive em Sobradinho, cita a falta de patrocínio. “É o principal obstáculo que enfrento na carreira. De resto, creio que tive muita sorte. Sempre tive muito apoio, dos pais e do meu treinador”, conta.

Marcus Lima Espírito Santo e Wendell Belarmino se conheceram em 2014, após um meeting de natação no Minas Brasília. Apesar do desafio de nunca ter treinado um atleta visual, Marcus notou em Wendell um rapaz fisicamente privilegiado, com excelente envergadura, inteligente e fácil de trabalhar. Não havia como dizer não.

“Topei na hora treiná-lo. É um cara que não falta nenhum treino, quer estar o topo. É até difícil programar os descansos para ele, porque, no dia que não nada, fica chateado. É o típico peixe fora d’água”, conta Marcus, 43 anos, para o Metrópoles.

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Pensando no futuro
Apesar do espírito competivo e de sempre querer estar dentro da piscina, Wendell sabe se divertir fora dela. Adora fazer amizades, ir ao cinema e sair com os amigos. É também um ávido ouvinte de audiobooks. “Um rapaz extremamente inteligente, tem inglês fluente e, por isso, nas competições que disputamos, sempre faz amizades com atletas e pessoas do mundo todo”, revela Marcus.

Apesar dos resultados já surpreendentes, e de considerar o Mundial de Natação Paralímpica em Londres o momento mais marcante da carreira — “Minha primeira medalha em Mundial e a primeira medalha de ouro do Brasil neste mundial” –, Wendell já pensa para frente. Quer disputar a Olimpíada de Tóqui 2020 e, claro, trazer mais uma medalha para o Brasil.

Se depender da fé de seu treinador, Wendell já chegou lá. “Ele tem só 21 anos, são cinco anos de treinamento, então ainda há muita coisa para corrigir e melhorar dentro da piscina. Ainda não é um nadador formado, mas, se ele continuar trabalhando e se dedicando do jeito que está, ainda vai conseguir resultados bastante expressivos para a natação paralímpica brasileira”.

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