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Hungria escancara homofobia na Euro; jogadores e torcida reagem

Polêmica surge em meio à celebração do mês do orgulho LGBTQIA+. País do leste europeu passa por momento delicado em relação ao assunto

atualizado

Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images
Húngaros na Euro

As manifestações a favor do mês do orgulho LGBTQIA+ ao redor do mundo escancararam o conservadorismo e o preconceito que rege a Hungria neste momento. E a Eurocopa foi vitrine deste acontecimento, mais um que derruba o mito de que futebol e política não se misturam.

Tudo começou após a Uefa, entidade máxima do futebol europeu, vetar a possibilidade da Allianz Arena, em Munique, ser iluminado com as cores do arco-íris no dia da partida entre Alemanha e Hungria, realizada na última quarta-feira (23/6) e que terminou empatada em 2 x 2.

Neutralidade da Uefa

Segundo a entidade, a decisão foi tomada com base em uma lei aprovada na Hungria, que proíbe escolas de utilizarem qualquer tipo de símbolo que represente todas as orientações sexuais e gêneros representadas na sigla. De acordo com a entidade, a decisão visava manter uma posição neutra em questões políticas.

Apesar da lei ter sido aprovada na Hungria, cerca de quase 1000 quilômetros de distância da Alemanha, onde jogo aconteceu, a Uefa acatou ao pedido e vetou o uso das cores do arco íris. O fato da lei ser destinada às escolas húngaras, mas ser reivindicada em um estádio de futebol alemão pareceu cabível aos olhos da instituição europeia.

A nota justificando a medida foi postada pela Uefa com o símbolo da entidade coberto pelas cores da causa em suas redes sociais.

 

Respostas à decisão

A decisão da confederação não foi bem vista pelos clubes da Alemanha. Em resposta, clubes como o Wolfsburg e Colônia iluminaram seus estádios com as cores do arco-íris.

O goleiro Neuer, capitão da Seleção Alemã, entrou em campo com uma braçadeira com o símbolo pró-LGBTQIA+. Na hora do gol que sacramentou o empate, Leon Goretzka, meia da Alemanha, fez um coração com as mãos em direção aos torcedores húngaros.

Em sua conta pessoal no Twitter,  Goretzka fez questão de mostrar o seu posicionamento em apoio à causa.

 

Antes da partida, um torcedor invadiu o gramado com uma bandeira do arco-íris.

Contexto húngaro

A Hungria tem como seu primeiro ministro Viktor Orbán, líder da ultradireita do país. Ele comanda o país desde 2010. A aprovação da lei que gerou toda a polêmica na Eurocopa também apresentou os seus desdobramentos na política europeia.

Nesta última quinta (24/6), 17 países da União Europeia se posicionaram contra a aprovação da lei oposta a diversidade sexual e de gênero.  O líder húngaro ia ao jogo contra a Alemanha, em Munique, mas acabou desistindo pela possibilidade da iluminação homenagear a população LGBTQIA+.

 






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