Para 56% dos brasileiros, futebol arte não acabou

Não são poucos os cronistas esportivos que enterraram o conceito de futebol arte em Sarriá, na Espanha, em julho de 1982. Na ocasião, a Seleção Brasileira, uma equipe repleta de craques de fino trato, foi despachada da Copa do Mundo pela Itália, ao perder por 3 a 2. Mas, se o ideal de um esporte disputado com beleza e criatividade morreu para parte dos especialistas, ele parece permanecer bem vivo entre torcedores.

É isso o que indica uma pesquisa de opinião pública, realizada pelo Instituto Travessia, de São Paulo, com exclusividade para o Metrópoles. De acordo com o levantamento, feito a partir de uma amostra de mil pessoas, entre os dias 9 e 10 de novembro, 56% dos brasileiros asseguram que o futebol arte não acabou (veja quadro abaixo).

O curioso é que nem sempre as pessoas pensaram dessa maneira. Em maio deste ano, em outra sondagem feita pelo mesmo instituto, o resultado da pergunta foi o oposto: 55% afirmaram que sim, o futebol arte havia acabado, ante 45% que garantiram que não, ele sobrevivia.

Na análise de Renato Dorgan Filho, sócio do Travessia, essa mudança de opinião pode ter sido influenciada pela proximidade da Copa do Mundo do Catar. Ele observa que há outros indícios dessa mudança de humor em relação ao esporte na comparação entre a enquete atual e a sondagem de seis meses atrás.

Em maio, por exemplo, 47% dos brasileiros disseram que haviam perdido o interesse pela Seleção Brasileira desde a Copa de 2018, na Rússia. Hoje, essa cota caiu para 34%. Agora, para ter certeza se o futebol arte acabou ou não, talvez seja preciso esperar pelos desdobramentos dos jogos do maior torneio de futebol do mundo, que começa neste domingo (20/7).