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O dia em que o Brasil pode ser exaltado… ou humilhado na Copa 2018

Seleção Brasileira só precisa empatar contra a Sérvia para avançar às oitavas. Se perder, torce para um revés da Suíça contra a Costa Rica

atualizado

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Na defesa da meta brasileira, o goleiro Alisson. Na proteção aos flancos, os laterais Fagner e Marcelo. No miolo do nosso espaço aéreo, Thiago Silva e Miranda, o capitão do dia. No combate ao ataque adversário, com direito a infiltrações no campo inimigo, Casemiro, Paulinho e Philippe Coutinho. E, no ataque, prontos para torpedear os oponentes, Willian, Neymar e Gabriel Jesus.

Pronto, eis o exército do comandante Adenor Leonardo Bachi, o Tite, que entra no campo de batalha nesta quarta-feira (27/6) contra os altos e fortes guerreiros da Sérvia, na árdua luta pela classificação às oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia. Os sérvios são os jogadores de maior estatura a desfilar por campos russos, com média de altura de 1,88m, 10 centímetros acima da aferida para a formação brasileira. E a arena de guerra e o horário para o combate estão definidos: às 15h, no Estádio Spartak, em Moscou.

A armada do comandante Tite é, aliás, a mesma que sofreu para vencer a Costa Rica na segunda rodada – em Rostov, por 2 x 0, com gols nos acréscimos, de Philippe Coutinho e Neymar – e a qual também ralou para empatar com a Suíça, em 1 x 1, na “Batalha de São Petersburgo”, com um gol de Coutinho – segundo observadores da Fifa, um dos arremates mais bonitos do Mundial até o momento.

Nessa luta, Tite até pensou em trocar algumas peças, mas desistiu no meio do caminho, parecendo respeitar a máxima segundo a qual em time que está ganhando não se mexe – muito embora os “pracinhas” brasileiros tenham vencido apenas uma batalha até agora, e a duras penas.

Nomes como Paulinho, Willian e Gabriel Jesus quase perderam suas posições no elenco. Quase. Acabaram sendo escalados por causa dos serviços prestados junto à nação. “Olhem a trajetória deles, sempre foram consistentes e incisivos. Como posso desconsiderar isso?”, disse Tite, dono de um dos cargos mais importantes da República Federativa do Brasil – pelo menos em ano de Copa do Mundo.

E também porque o time está baqueado, ferido após investidas internas e dos adversários. Soldados como Fred, Renato Augusto, Danilo e Douglas Costa estão feridos, fora de combate momentaneamente ou ainda não recuperados de batalhas de outrora. As opções mais possíveis em caso de reposição de peças são Fernandinho no meio e Roberto Firmino no ataque. Fernandinho é remanescente da “Batalha do Mineirão”, em 2014, quando o país sofreu uma das piores surras futebolísticas de sua história, o 7 x 1 diante da Alemanha. E Firmino, guerreiro de Maceió, nas Alagoas, e único nordestino do exército de Tite, tem sido uma sombra para Jesus, o Gabriel.

Vaga
Assim, o Brasil entra em campo contra a Sérvia também de ouvidos e olhos ligados no outro jogo do grupo, entre Suíça e Costa Rica, que será disputado simultaneamente a 417 quilômetros de distância, em Nizhny Novgorod. Nesses dois campos de batalha, será decidida a classificação das esquadras que avançarão em território russo, com o sonho de conquistar a cobiçada taça da Copa do Mundo.

A Seleção Brasileira garante vaga nas oitavas de final em caso de empate com a Sérvia, podendo se classificar na primeira ou segunda posição do Grupo E. Para ser o primeiro colocado, o Brasil precisará ganhar a partida por um placar superior a uma eventual vitória da Suíça contra a Costa Rica. Se empatar, pode ficar em segundo lugar se os suíços derrotarem os costarriquenhos. Se perder da Sérvia, a Seleção pode ser eliminada em caso de um empate ou vitória da Suíça no outro jogo.

No entanto, para alcançar a glória da classificação e rumar em direção a voos maiores nas estepes russas, é preciso, como diz um jargão atual, “saber sofrer”. Traduzindo: ter paciência com uma eventual demora para furar a rede adversária, ter paciência com os ataques aéreos sob o comando do atacante sérvio Mitrovic, ter paciência com entradas duras dos oponentes… Ter paciência, enfim.

Cartões
E, claro, é necessário ter muito cuidado para não ser admoestado pelo árbitro Alireza Faghani – não por acaso, o mesmo que apitou a final masculina do futebol nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, na conquista do inédito ouro olímpico para Brasil. Afinal, alguns de nossos mais brilhantes oficiais (Neymar, Philippe Coutinho e Casemiro) já têm cartão amarelo e, em caso de reincidência, ficarão de fora da escala para o confronto pelas oitavas de final, em caso de avanço.

Muita hora nessa calma! É preciso manter o controle, por mais que a pressão atue de forma contrária. Afinal, como esquecer o choro de Neymar após o final da guerra contra a Costa Rica, do ótimo arqueiro Keylor Navas? Sentado no meio do gramado, o jogador se entregou às lágrimas. Golpe de marketing? Emoção? Desabafo? Não importa. Para Tite, é normal. O treinador defende a emoção exibida pelos seus comandados.

Nós, brasileiros, não podemos perder a nossa essência e achar que o momento de emoção, que eu já tive também, possa ser sinônimo de desequilíbrio

Tite, técnico da Seleção Brasileira

Oxalá não seja! Oxalá o Brasil tenha controle emocional, técnica apurada, velocidade, triangulações, leveza, muita sorte e traquejo no uso de suas armas para vencer mais uma etapa da “Batalha de Moscou”, desta vez contra os altos, fortes e destemidos guerreiros da Sérvia. Oremos.

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