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Homem morto após clássico não era de torcida organizada, diz irmão

Familiares de David Rocha Lopes, 27 anos, morto com um tiro no sábado (8/7), reclamaram da demora no transporte do corpo até o IML

atualizado

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LUCIANO BELFORD/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
VASCO X FLAMENGO
1 de 1 VASCO X FLAMENGO - Foto: LUCIANO BELFORD/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

O pedreiro Carlos Henrique Rocha, 35 anos, reclamou neste domingo (9/7) da falta de posicionamento da Polícia Militar do Rio de Janeiro em relação à morte de seu irmão nos arredores do São Januário, no sábado (8/7), após a vitória do Flamengo sobre o Vasco.

Ele e a família foram ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, para liberar o corpo de David Rocha Lopes, 27 anos, que morreu após ser baleado durante confronto de torcedores com a PM. Os parentes negaram que a vítima integrasse torcida organizada.

“Agora a gente quer saber da polícia, né? Porque acho que partiu deles [o tiro], da porta de São Januário. O confronto foi com eles”, queixou-se Carlos ao G1. “Em jogo, ele ia, mas não frequentemente. Ele assistia normalmente, gostava de futebol, mas não era torcedor recorrente”, contou. David trabalhava como ajudante de eletricista.

Carlos relatou também que recebeu a notícia sobre a tragédia por mensagem de texto no celular. Emocionado, ele lembrou a última vez que conversou com o irmão, horas antes da fatalidade.

“Eu cheguei a falar com meu irmão poucas horas antes do jogo. Ele estava bem animado. Animado era o jeito dele.

Carlos Henrique Rocha, irmão da vítima

Fabiana Santos, 32 anos, prima da vítima, acrescentou outra reclamação: a demora no transporte do corpo até o Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro. “Estamos desde às 21h de ontem [sábado] aguardando o rabecão. Queremos acabar com isso logo. É muito sofrimento pra família. Nos falaram que só tem dois rabecões para atender todo o Rio”, lamentou Fabiana.

Briga
A confusão generalizada ocorreu logo após o apito final da vitória do Flamengo por 1 x 0 sobre o Vasco, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Dentro do estádio, torcedores invadiram o gramado e lançaram bombas caseiras no campo. Eles confrontaram PMs, que revidaram com gás lacrimogêneo.

Na parte externa do estádio, a confusão continuou. David foi atingido por um tiro perto do portão 9. Ele foi levado para o Hospital Souza Aguiar, mas já chegou ao local sem vida. Além dele, outros dois torcedores deram entrada no mesmo hospital com ferimentos causados por bala. Um quarto torcedor foi recebido com machucados causados por estilhaços de vidro.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que dois dos feridos já foram liberados do hospital. Um homem, de 27 anos, baleado na perna esquerda, está internado em estado estável. Até a publicação desta reportagem, as polícias Militar e Civil não haviam se pronunciado sobre os incidentes.

Segurança
Ainda no sábado, após a confusão, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, pediu desculpas aos cruz-maltinos. O cartola afirmou que tomou todas as medidas de segurança necessárias e atribuiu a confusão a grupos políticos. Para ele, a briga generalizada foi praticada por “vândalos” e “bandidos” e foi premeditada.

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