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Edmilson: o “improvável” que conquistou o mundo dentro e fora de campo

Afastado dos campos desde 2012, o volante trabalha em causas sociais e tem até instituto

atualizado

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Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
Edmilson (2)
1 de 1 Edmilson (2) - Foto: Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Quando o Brasil conquistou o mundo em 2002 no Estádio de Yokohama, no Japão, um dos zagueiros que esteve em campo na vitória sobre a Alemanha marcou a história do futebol. Edmilson foi titular naquela conquista e fez jus a todo o trabalho duro ao longo dos anos. Esse mesmo craque, em 2006, quando se sagrava campeão da Champions League, também carimbou o seu legado fora de campo, ao abrir uma Fundação com o seu nome. Em Brasília para o Futebol Camp, do Barcelona, o pentacampeão falou com o Metrópoles sobre o seu lado social.

Localizado em Taquatiringa, interior de São Paulo, a Casa ajuda os moradores da cidade e teve uma importante “missão de virar o jogo” para muitas pessoas durante a pandemia. “A Fundação Edmilson trabalha na inclusão social. Nessa pandemia, a gente apoiou mais as famílias a fazerem atividades em casa. Neste ano de 2021, vai atender cerca de 1.000 famílias por dia, porque a gente tem atuado muito em doar cestas básicas, ajudar famílias que estão desempregadas para poder pagar a luz, água, uma assistência social para dar apoio psicológico social, porque muitas pessoas têm se acabado com a vida e com a família”, falou ele, ressaltando que sua empresa trabalha voltada para o esporte, cultura e cidadania.

Buscando sempre o aspecto humanitário, a entidade sem fins lucrativos é apoiada por outras associações que fazem trabalhos mundo afora. “Não é voltado 100% ao futebol, todo trabalho humanitário que a fundação faz por meio de outro programa que é a Futebol NET, que atende mais de um milhão de crianças no mundo, estão muito voltados agora ao campo de refugiados e a Fundação Barcelona que também tem um lado humanitário de apoio a meninos que sofrem bullying, meninas que são abusadas e meninos que são utilizados como tráfico de pessoas”, ressaltou ele.

Edmilson conquistou muitos fãs no futebol e virou um espelho para diversas pessoas. Hoje, ele se utiliza dessa influência para ajudar ao próximo. “A partir dessa influência eu tenho um canal no YouTube chamado  ‘Improváveis‘, que eu vou em lugares improváveis, encontrar pessoas improváveis para tornar provável. Eu estive em Curitiba agora no meio de semana. ‘A, mas Curitiba não tem lugar improvável’, busca lá a favela que tem no meio da cidade, tem 2000 pessoas vivendo em risco extremo de pobreza, de saneamento básico e o Edmilson foi lá visitar, levar um pouco de esperança para essa rapaziada”, explicou o atleta.

“Eu acho que o ex-atleta e o ex-esportista tem que levar o espelho de superação e mostrar para a molecada que tudo é possível, mesmo vivendo em situações difíceis, em situação de vulnerabilidade porque eu também era um menino improvável, meus pais catavam laranja em uma situação complicada, mas com muita dedicação e persistência eu consegui os meus objetivos profissionais e só os profissionais não valem a pena porque a vida de um atleta acaba e a vida do ser humano Edmilson continua. Quantos atletas hoje que são famosos, conhecidos, mas daqui a pouco acaba a carreira e ele não é referência para ninguém. Então, a minha mensagem é que essa rapaziada pense que tem um começo, um meio e um fim, que o futebol um dia acaba e aí, como que você vai deixar a sua vida, vai colher frutos”.

Apesar de todos os esforços fora dos gramados, ele também mantém uma raiz muito forte com o futebol profissional. Em 2019, ele fundou o Futebol Clube SKA Brasil, clube que disputou a quarta divisão do campeonato paulista. “A ideia é realmente implementar algo que é certo, sem inventar. Lamentavelmente, eu acredito que os meninos que buscam o futebol já entram querendo ser ricos, com 14, 15 anos, e o pai sair de uma vida ruim. Então, a nossa missão como clube é ser uma escola. E é aquilo que eu falo, antes de ser bom, conhecido e talentoso, a gente tem que ter o lado socioemocional e o entorno social dessa rapaziada. Boa parte dessa molecada que joga em base hoje vem de família de comunidade, com possíveis distúrbios emocionais, distúrbios sociais e pouco é trabalhado isso dentro de um clube”, disse o craque, orgulhoso mostrando para o repórter a máscara de proteção com o escudo de seu clube.

“Então a gente, como SKA, a gente quer trabalhar como uma fábrica, lapidar esse talento, mas, acima de tudo, educar a vida pessoal do atleta e do pai, que é muito importante”.

Futebol Camp Barcelona

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