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Dois em um: Marcus Rashford arrebenta em campo e no combate à fome infantil

Em 2020, o atacante e dono da camisa 10 do Manchester United liderou uma campanha que visa distribuir refeições a crianças carentes

atualizado

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Clive Rose/Getty Images
Rashford United
1 de 1 Rashford United - Foto: Clive Rose/Getty Images

Marcus Rashford, além de ser o dono da camisa 10 do Manchester United, artilheiro e jogador de seleção, é gigante fora de campo e age no combate à fome infantil. Em 2020, o atacante liderou uma campanha que visa distribuir refeições a crianças carentes.

 

O inglês de 23 anos teve uma infância difícil, sendo criado ao lado de quatro irmãos apenas por sua mãe, Mel. A progenitora trabalhava incontáveis horas por dia, acumulando três empregos para poder alimentar seus filhos e, mesmo assim, dependia do auxílio dos chamados bancos de alimentos e das refeições escolares gratuitas.

“Eu sabia como era o medo de não ter o que comer”, disse o jogador em entrevista ao The Guardian, e isso o motivou a fazer algo para ajudar crianças que enfrentam dificuldades semelhantes às superadas por ele. Marcus tem sua história gravada na pele, na barriga, em uma tatuagem que mostra um menino brincando com uma bola, em frente a uma casa, sob uma árvore de cerejeira. Esta casa é de sua mãe até hoje.

Durante a pandemia do novo coronavírus, Rashford esteve à frente do movimento que pressionou o primeiro-ministro Boris Johnson a estender um programa que fornecia refeições sem custos a crianças carentes. O atleta do United se uniu a FareShare, uma organização que recolhe e distribui sobras de comida para substituir as refeições gratuitas que as escolas oferecerem, uma vez que essas fecharam por causa da Covid-19.

A mobilização do atacante nas redes sociais moveu o povo inglês e fez com que restaurantes de diferentes lugares da Inglaterra se disponibilizassem para ajudar na causa. Prefeitos de Liverpool e Manchester, Joe Anderson e Andy Burnham, também entraram na campanha.

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Além de ter sido homenageado pelos torcedores rivais do Everton antes de jogo, Rashford foi condecorado pela rainha Elizabeth II, em 9 de outubro de 2020, com a medalha da Ordem do Império Britânico e recebeu um doutorado honorário da Universidade de Manchester.

Destaque em campo

Nessa quarta-feira (6/1), foi publicado um estudo do Observatório de Futebol CIES — grupo de pesquisa independente localizado na Suíça — que colocou o camisa 10 do United como o mais valioso entre as cinco principais ligas europeias. Desbancando Mbappé, seu companheiro de time Bruno Fernandes, Haaland e tantos outros, Rashford foi avaliado em 165,6 milhões de euros (cerca de R$ 1,1 bilhão).

Titular em todos os jogos do Manchester na atual temporada, o atacante tem 14 gols marcados e quatro assistências em 26 partidas. Ele cresceu nas categorias de base do clube, estreou como profissional em 2015/16, e sua melhor temporada foi a de 2019/20, quando participou de 45 jogos e foi às redes 22 vezes, segundo oGol.

Recentemente, ele se declarou aos Red Devils em entrevista à Sky Sports: “Quando era criança, nunca olhei além do Manchester United, não iria me sentir bem ao usar outra camisa. Quero, apenas, fazer o meu melhor pelo clube enquanto estiver aqui, e espero que seja durante muito tempo.”

Em julho de 2019, Rashford renovou seu contrato com o United e o acordo atual vai até 30 de junho de 2023, segundo o Transfermarkt. É uma pena que o desempenho do time não acompanhe a grandeza do jogador fora do campo.

O esquadrão comandado por Ole Gunnar Solskjaer é vice-líder da Premier League, mas foi eliminado da Liga dos Campeões ainda na fase de grupos e, nesta quarta, perdeu para o rival City, sendo despachado também da Copa da Liga Inglesa.

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