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Com apoio da CBF, mulheres assumem o comando do futebol feminino no Brasil

Historicamente chefiado por homens, o perfil só começou a mudar em 2019, com a contratação de Pia Sundhage

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1 de 1 Pia-Sundhage3 - Foto: Reprodução/Fifa.com

O futebol feminino do Brasil, enfim, está nas mãos das mulheres. Inicialmente, a afirmação pode parecer simples ou até óbvia, mas não era o que acontecia até pouco tempo atrás. Historicamente, o futebol feminino no país foi chefiado por homens e isso começou a mudar em 2019, com a contratação da técnica Pia Sundhage para a Seleção Brasileira principal, com a chegada de Aline Pellegrino como coordenadora de competições femininas da CBF e ainda Duda Luizelli na coordenação de seleções femininas da entidade em setembro de 2020. É um passo gigantesco para a CBF.

Desde que Rogério Caboclo assumiu o comando da entidade, em abril de 2019, ele sofreu pressão para mudar o tratamento do futebol feminino no Brasil. Mesmo assim, bancou Oswaldo Alvarez, o Vadão, no comando do time nacional e colocou Marco Aurélio Cunha na função de coordenador das seleções. Os resultados foram ruins e isso abriu espaço para as mulheres, que já pediam passagem.

Além de Aline e Duda, a seleção tem outras mulheres na linha de frente. Os homens viraram minoria. Na seleção principal, Pia Sundhage é a técnica e tem como auxiliares Lilie Persson e Bia Vaz. Na seleção sub-20, Jéssica de Lima é assistente do treinador Jonas Urias. No time sub-17, a treinadora é Simone Jatobá, com o auxílio de Lindsay Camila e da preparadora de goleiras, Marlisa Wahlbrink.

“O importante é cada vez mais termos mulheres capacitadas. Cada vez mais os clubes estão buscando mulheres para posições de comando na gestão e parte técnica. Já estamos programando cursos de capacitação para gestoras, para técnicas, para quem trabalha com o futebol feminino”, disse Duda, em entrevista ao site da CBF.

Aline e Duda chegaram à seleção no começo do mês e ainda estão na fase de estudos da situação. Mas suas experiências como dirigentes da Federação Paulista e do Internacional, de Porto Alegre, respectivamente, facilitam na adaptação.

“Elas viveram o que a gente vive e passaram até por momentos mais difíceis. Elas sabem do que a gente precisa e qual a nossa briga diária. É diferente ter alguém no cargo que entenda das coisas”, disse Camilinha, meia da seleção e do Palmeiras, ao Estadão.

A diferença financeira, porém, ainda é um tabu, mas melhorou consideravelmente. A CBF decidiu igualar os valores de premiação e diárias entre as seleções masculinas e femininas. Na Olimpíada, ambos ganharão o mesmo valor. Na Copa, a quantia será proporcionalmente ao que a Fifa oferece.

Os currículos de Aline Pellegrino, Duda Luizelli e Pia Sundhage mostram que elas não estão em seus respectivos cargos por acaso. Aline trabalhou como diretora de futebol feminino na Federação Paulista de Futebol (FPF) desde 2016 e sempre foi citada como uma das melhores na função. Sua experiência se dá fora e dentro de campo. Ela foi capitã e medalhista de prata na Olimpíada de Atenas, em 2004, e ouro no Pan-Americano de 2007, no Rio. No total, foram nove anos defendendo a seleção.

Duda também teve sucesso na seleção antes de virar dirigente. Ela conquistou o bicampeonato Sul-Americano pelo Brasil. Em 2016 assumiu o cargo de gerente de futebol no Inter, onde fez uma grande reformulação.

“São 30 anos dentro do futebol feminino, muitos dos quais jogando e também já na parte de gestão. Temos o sentimento de saber quando a atleta está com algum problema, quando a comissão não está se sentindo à vontade em alguma situação. Faz a diferença também essa percepção que temos de ex-atleta e gestora, de alguém extremamente competitiva”, diz Duda.

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