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Choro de Abel, Cuca na arquibancada: as minúcias da final da Libertadores

Aglomerações à parte – dentro e nos arredores do Maracanã e em vários bairros do Rio -, torcedores com a credencial viram cenas inusitadas

atualizado

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Cesar Greco/Palmeiras
Abel Ferreira e Breno Lopes
1 de 1 Abel Ferreira e Breno Lopes - Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Cheio de histórias para contar nos 71 anos de existência, o Estádio Maracanã acumulou nesse sábado (30/1) um capítulo diferente de todos os outros desde 1950. Com portões fechados em decorrência de uma pandemia, sediou uma final inédita de Copa Libertadores envolvendo dois clubes paulistas. O placar de 1 x 0 a favor do Palmeiras sobre o Santos todos viram, mas a decisão cheia de minúcias teve pormenores que somente cerca de 5 mil privilegiados são capazes de narrar.

Os dois clubes levaram delegações compostas por 55 pessoas e puderam chamar 250 convidados cada um. Dessa cota, 150 credenciais foram providenciadas pela Conmebol e  outras cem foram cedidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Todos foram colocados no setor oeste do estádio, o que impossibilitou respeitar os 2m de distanciamento prometidos pelas entidades. As arquibancadas atrás dos gols e de frente para os bancos de reservas ficaram vazias, somente com mosaicos das torcidas e da competição.

Aglomerações à parte – dentro e nos arredores do estádio e em vários bairros do Rio -, os torcedores premiados com a credencial viram diversas cenas inusitadas. A começar pelo próprio retorno deles a uma arena de futebol após meses de jogos com portões fechados. Eles puderam cantar, saudar os jogadores bem perto e transmitir o calor humano. Nos minutos finais da partida, inclusive, viraram parte do jogo.

Emoção toda nos minutos finais

Aos 50 minutos do 2º tempo, o técnico Cuca foi expulso pelo árbitro. Ele retardou uma cobrança de lateral do Palmeiras. Após muita confusão à beira do gramado, com empurra-empurra de ambos os lados, o treinador usou tática inusitada. Em vez de descer para o vestiário, ele pulou a mureta atrás do banco de reservas do Santos e acompanhou a parte final da partida direto da arquibancada, no meio da galera.

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A sensação gostosa da torcida santista de ter o treinador do time no assento ao lado da arquibancada, logo virou lamúria. Apenas três minutos depois, foi a vez da ala palmeirense se sentir parte do time. Breno Lopes marcou o gol do título e foi comemorar na arquibancada com os torcedores.

Choro de Abel Ferreira

Segundos depois de consumar o título com o apito final, o técnico Abel Ferreira foi às lágrimas ainda no gramado. Conforme ele admitiu, “muitas lágrimas”. O treinador de 42 anos conquistou seu primeiro título como comandante de um time profissional.

Redinha do Veiga

A comemoração dos jogadores do Palmeiras ainda no gramado parecia não ter fim. Após papel picado, fogos de artifício e muitos abraços nos familiares da arquibancada, eles permaneceram no local, ao som de Tropa de Elite, Samba Enredo e outros hits entoados no sistema de som do Maracanã. O meio-campista Raphael Veiga aproveitou o tempo extra para cortar parte da rede do gol do estádio, uma tradição antiga feita por jogadores de basquete.

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