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Candangão 2018 chega à 11ª e última rodada com nove trocas de técnicos

O primeiro a ser demitido foi Carlos Alberto Dias, do Gama, depois do primeiro jogo

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Brasiliense 3
1 de 1 Brasiliense 3 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Dez partidas e nove mudanças de técnico em 12 times. O saldo do Candangão até aqui expõe um cenário de incerteza para os profissionais do Distrito Federal. Antônio Dumas, demitido do Samambaia seis dias antes de o campeonato começar – Danilo Fiúza pegou a batata quente –, foi mandado embora no Dia do Treinador, comemorado em 14 de janeiro.

O primeiro a ser removido do posto, de fato, foi Carlos Alberto Dias, então no Gama, ainda na primeira rodada do Candangão. O alviverde demitiu-o após a derrota para o Bolamense, na estreia, por 2×1. Ricardo Antônio foi contratado para o posto.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no ano passado, estudou propostas para limitar as trocas de treinadores no país. Uma delas criaria duas janelas de transferência durante a temporada. Cada clube registraria os nomes do atual técnico e de seus auxiliares.

A outra sugestão adotaria o limite de duas trocas ao ano, e cada técnico poderia trabalhar em até três clubes. O Regulamento Geral das Competições deste ano, porém, não incluiu a medida, defendida até pelo técnico da seleção brasileira de futebol, Tite.

Tiro curto
O frequente troca-troca é alvo de críticas dos profissionais. “Nossa cultura é imediatista demais. Tem horas que o trabalho não dá certo, mas se tem de avaliar o contexto. Às vezes, o cara consegue se reinventar”, defendeu o ex-treinador do Brasiliense Rafael Toledo, à época da repentina demissão de Alberto Dias.

Toledo deixou o Jacaré menos de um mês depois, para a chegada de Ailton Ferraz (foto em destaque), pela primeira vez no DF. “O futebol demanda tempo, mas essa é a nossa cultura. Não é fácil ser treinador”.

Paranoá e Samambaia alteraram suas comissões técnicas duas vezes em 10 rodadas. Gama, Bolamense, Real, Brasiliense e Santa Maria também mexeram. Por outro lado, Formosa, Ceilândia, Sobradinho, Luziânia e Paracatu optaram por confiar no trabalho de seus treinadores. Todos estão na zona de classificação.

“Isso tudo acontece por falta de planejamento. Nós mesmos trocamos por isso”, admite o presidente do Samambaia, Neimar Frota. “Não esperávamos subir da Série B para a Série A, e isso nos pegou de surpresa”.

A maioria dos clubes do Candangão (10 de 12) tem apenas o campeonato local no calendário do ano inteiro. O campeão e o vice do ano anterior disputam a Série D e as copas Verde e do Brasil – Brasiliense e Ceilândia, em 2018. Por isso, o planejamento a curto prazo provoca demissões a torto e a direito. “Por não ter calendário, qualquer proposta que o técnico receber, ele vai aceitar sair”, lamenta Frota.

O Campeonato Brasiliense terá a última rodada da primeira fase disputada nesta quarta-feira (14/3). Depois, os clubes vão às quartas de final. Até a final, a dança das cadeiras deve continuar.

As trocas no Candangão 2018

Saiu -> Entrou
Danilo Fiúza -> Marquinhos Carioca (Samambaia)
Marquinhos Carioca -> Pedrinho Granato (Samambaia)
Élio Júnior -> Luis Carlos Sousa (Paranoá)
Luiz Carlos Souza -> Luis Felipe Feijó (Paranoá)
Carlos Alberto Dias -> Ricardo Antônio (Gama)
Marquinhos Carioca -> Luiz Henrique (Bolamense)
Evilásio de Almeida -> Suca (Real)
Rafael Toledo -> Ailton Ferraz (Brasiliense)
Carlos Spinoza -> Vandinho Silva (Santa Maria)

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