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Briga entre torcedores marca partida do Flamengo e Palmeiras no Mané

A polícia teve que usar spray de pimenta para conter as torcidas. Batalhão de Choque foi acionado para reforçar a segurança no Estádio Mané Garrincha

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Flamengo Palmeiras 5° DP
1 de 1 Flamengo Palmeiras 5° DP - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Uma briga generalizada entre torcedores marcou o jogo entre Flamengo e Palmeiras na tarde deste domingo (5/6). A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) usou bombas de efeito moral e spray de pimenta para conter a torcida que se desentendeu dentro do Estádio Nacional Mané Garrincha. Segundo informações preliminares da PMDF, cerca de 30 torcedores do Palmeiras espancaram um torcedor do Flamengo. O grupo presta depoimento na 5ª Delegacia de Polícia, na área central de Brasília.

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A vítima, Evandro Gatto, 48 anos, veio de Petrópolis (RJ) para o jogo e está em estado grave no Hospital de Base. Em junho de 2015, ele já havia sido detido após uma briga na Arena Pantanal, em Cuiabá, em um jogo do rubro-negro contra o Vasco. Nessa confusão também foram presos torcedores da Mancha Verde, torcida organizada do Palmeiras.

Reprodução/Facebook

Além do flamenguista, outros dois torcedores deram entrada no Hospital de Base do DF (HBDF) – um deles também está em estado grave. Dos trinta torcedores da Mancha Verde que estão detidos na 5º DP, a maioria é de São Paulo. Eles poderão responder por tentativa de homicídio.

Segundo a Polícia Militar, a briga dentro do estádio começou quando a torcida do Palmeiras deixou o local reservado na arquibancada e saiu correndo pelo lado externo do anexo II, onde estava a torcida do Flamengo. Os seguranças tentaram, mas não conseguiram conter os palmeirenses.

Quando a PM foi acionada, os alviverdes estavam com o rosto tampado com camisetas. Houve confronto entre as duas torcidas, mas a polícia usou gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. Vários torcedores ainda entraram para a área dos bares, arremessaram lixeiras contra os policiais, e a corporação reagiu com bombas e spray novamente.

 

O jogo estava no intervalo e atrasou 15 minutos para recomeçar porque a fumaça atingiu torcedores e jogadores. Três policiais ficaram feridos. Um teve as mãos perfuradas por estilhaços, enquanto outro foi atingido nas costas por um extintor. O caso mais grave é o do Sargento Dirlei Neves, que levou uma pedrada no nariz. Aproximadamente 350 policiais participaram do jogo no Estádio Nacional, com o apoio de policiais especializados que atuaram na escolta de torcedores.

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O Sargento Dirlei Neves que levou uma pedrada no nariz

Apesar da briga na arquibancada, torcedores organizados do Flamengo e do Palmeiras deixaram o estádio sem confusões. O Batalhão de Choque escoltou os rubro-negros para a Asa Norte e Ceilândia, enquanto a Rotam conduziu os palmeirenses para o Cave, no Guará.

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Problemas
Além das brigas, grandes filas, trânsito complicado, falta de informação e desorganização fizeram parte das reclamações do mais de 54.665 presentes. Muitas pessoas sequer viram os primeiros gols da partida, marcados nos primeiros cinco minutos de jogo.

Os portões foram abertos com antecedência de duas horas, mas os torcedores reclamaram que alguns estavam fechados, sem contar que muitas pessoas foram mandadas para portões errados. Procurada pela reportagem do Metrópoles, a Secretaria de Turismo e Esporte do DF lembrou que toda a organização do jogo era de responsabilidade dos produtores do evento, no caso o time carioca. O Flamengo não respondeu às críticas dos candangos.

O jogo
Embalados e querendo o G4, Flamengo e Palmeiras fizeram um jogo quente, pegado e recheado de gols. Resultado: 2 a 1 para o Palmeiras, com gols de Alan Patrick para o Flamengo e Gabriel Jesus e Jean para o time paulista.

O clima quente deu o tom ao jogo já nos minutos iniciais. Mal a bola tinha rolado, a zaga do Flamengo bobeou – César Martins inverteu uma bola errada – e Gabriel Jesus aproveitou para abrir o marcador: 1 a 0. A torcida palmeirense ainda comemorava quando veio o empate. De longe e de bico, Alan Patrick soltou a bomba para deixar tudo igual: 1 a 1.

Não dava para respirar, era lá e cá. Everton ainda teve uma chance de virar o jogo para o rubro-negro e o goleiro Muralha impediu mais um gol do Palmeiras. Aos 27 do primeiro tempo, Gabriel Jesus tirou tinta da trave do time carioca. O Palmeiras era melhor no fim dos primeiros 45 minutos, tinha mais posse de bola. No entanto, o Flamengo era mais veloz nos contra-ataques.

Quando a partida recomeçou, o Flamengo voltou bem mais ofensivo. O rubro-negro começou a ficar mais tempo no campo do time paulista e aos 18, por pouco, Fernandinho não marcou. Um lance polêmico esquentou ainda mais a partida, quando o zagueiro Léo Duarte teria usado as mãos para tirar uma bola de perto do gol do Flamengo. Os palmeirenses pediram pênalti, mas a arbitragem nada marcou.

Aos 25, não houve dúvidas. César Martins tirou a bola de Gabriel Jesus que ia para o gol com as mãos. O zagueiro foi expulso e, na cobrança do pênalti, Jean colocou o Palmeiras de novo na frente: 2 a 1. Depois do gol, o Flamengo até pressionou, mas não tinha mais poder ofensivo. Com um a menos, a situação só piorou. E quando a torcida palmeirense já gritava “olé”, o juiz encerrou a partida: Flamengo 1 x 2 Palmeiras.

Histórico
As brigas entre torcedores estão cada vez mais comuns no Estádio Mané Garrincha. Em fevereiro, no confronto entre Flamengo e Fluminense, membros das torcidas organizadas “Raça Rubro-Negra” e “Torcida Jovem do Flamengo” entraram em confronto e um homem chegou a ameaçar torcedores com uma arma de fogo.

Uma confusão também marcou a partida entre Vasco e Corinthians, em 2013. Membros de torcidas organizadas do Timão aproveitaram a falta de divisórias e invadiram o setor destinado aos vascaínos. Surpreendida, a Polícia Militar teve trabalho para mandar os corintianos de volta ao local onde estavam posicionados.

 

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