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Felipe Massa fala sobre estado de saúde de Michael Schumacher

Em entrevista exclusiva à Betway, ex-piloto da Ferrari fala do “quase” em 2008, elogia Verstappen e revela suas apostas para o futuro

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Massimo Bertolini/NurPhoto via Getty Images
Felipe Massa
1 de 1 Felipe Massa - Foto: Massimo Bertolini/NurPhoto via Getty Images

Durante poucos minutos, que pareceram eternos, o Brasil voltou a comemorar um título mundial de Fórmula 1, o que não acontece desde que Ayrton Senna foi campeão em 1991 com sua famosa McLaren.

O ano era 2008 e Felipe Massa, então na Ferrari, terminou em primeiro e venceu o Grande Prêmio de Interlagos. Para ficar com o título, o inglês Lewis Hamilton não poderia chegar entre os quatro primeiros. Mas, depois de uma forte chuva, Hamilton passou Timo Glock na última volta e tirou o título das mãos de Massa, que no pódio não segurou a emoção.

Ele sabe que um título de campeão o mudaria de patamar na história do automobilismo brasileiro e mundial.

“Sempre fui muito respeitado, mas um título é sempre um título, acaba melhorando a situação do respeito das pessoas. Não ia mudar a minha vida, mas o pensamento das pessoas em tantos lugares diferentes. O Brasil é um país que tem muita cobrança por resultado, depois que consegue o título, a cobrança continua, mas sempre será um campeão do mundo”, disse Massa à equipe da Betway, site de apostas na F1.

“Sempre fui muito respeitado, mas só o título, infelizmente, muda o jeito de falar de uma pessoa, de um piloto. Para mim, não acho que iria mudar muito, mas aquele encanto em primeiro momento, quando as pessoas falam, acho que mudaria, como acontece com todos os campeões”, concluiu.

Amigos na F1

Mais de uma década depois, Massa começa sua segunda temporada na Stock Car. Em sua primeira prova da temporada, o brasileiro convidou um antigo companheiro de Fórmula 1, Timo Glock. Eles correram a abertura da temporada.

Na principal categoria, Massa deixou outros bons amigos e garante que não tem inimigos, apenas adversários.

“Tenho vários (grandes amigos), tive uma relação muito boa com o (Daniel) Ricciardo, (Charles) Leclerc, Rubinho, uma relação boa com todo mundo. Inimigo eu não tenho, muitos rivais, pilotos talentosos em tantas categorias, o nível de pilotagem é muito alto”, disse.

Estado de Schumacher

Um dos amigos que a categoria deu ao brasileiro foi Michael Schumacher, heptacampeão do mundo. Eles foram companheiros de equipe na Ferrari. Felipe talvez seja um dos poucos brasileiros que têm reais informações sobre o estado do alemão, que sofreu um grave acidente de esqui em 2013.

“Me mantenho atualizado, sempre tive uma amizade muito grande com ele, mas não tinha contato com a esposa dele. Depois daquilo que aconteceu com ele, eu sempre respeitei a decisão da família, eles tentam proteger o Michael da melhor maneira possível, a cada momento em não expondo, não falando. Tenho uma noção de como ele está, tenho pessoas que são próximas e me passam informação, mas logicamente a gente tem que seguir e respeitar a decisão da família de proteger ele”, disse Massa à Betway.

Quem gosta de ver correr

Embora não esteja mais na categoria, Felipe acompanha de perto as corridas da Fórmula 1. Ele diz que apesar de gostar de ver outras categorias do automobilismo, a F1 segue imbatível, principalmente depois da temporada passada em que Verstappen superou Hamilton e foi campeão.

“O que eu mais assisto é a Fórmula 1. Vejo as 500 milhas de Indianápolis, quando eu era moleque eu via mais, mas perdi o contato. Esse ‘pega’ de Verstappen e Hamilton foi sensacional, espero que esse ano a gente tenha um pega ainda melhor com outros pilotos, mas o Verstappen é um cara legal de ver dirigir, não tem tempo ruim, qualquer oportunidade ele vai, às vezes ele passa do limite e passa bastante, mas dá muita diversão pra quem está assistindo à corrida.

E o Brasil na F1?

Enquanto assiste à disputa de Hamilton e Verstappen, Massa dá seus pitacos e revela quais seriam suas apostas para o futuro brasileiro na categoria.

“Eu tenho dois nomes de que gosto muito, que têm um talento muito grande. Um que está mais próximo é o Caio Collet, que está na Fórmula 3, acho que pode ser um ano importantíssimo, ele está no ano limite, que ele precisa mostrar, dar o resultado para que as equipes e pessoas perceberem que ele tem uma chance. Esse ano é importante para ele”, afirma Massa.

Caio Collet tem apenas 19 anos e é natural de São Paulo. Ele iniciou a carreira no kart aos 7 anos e no ano passado terminou em 9º lugar na Fórmula 3.

“Tem um outro nome que estou impressionado, o Rafael Câmara, que acabou de sair do Kart, está começando a correr na Fórmula 4. Fez o primeiro campeonato de inverno, a pré-temporada, Dubai e Abu Dhabi, ele chegou ganhando corrida, com mais de 30 carros, um piloto que assinou contrato com a Ferrari. Tem um talento impressionante, a cada situação, acabou de mudar para o carro, tem adaptação, mas já chegou mostrando. Logicamente que não é para daqui um ano ou dois anos, um tempo maior”, completa Massa. Câmara tem apenas 16 anos e é de Pernambuco.

São Paulo, Mundial de Clubes e zoeira de corinthianos

Torcedor assumido do São Paulo, Massa diz que tem acompanhado de perto o começo de ano do Tricolor. Esportista, ele entende o momento de adaptação de Rogério Ceni e diz que é preciso ter tempo antes de qualquer troca de comando, mas sabe que é preciso ter resultado.

“Sou apaixonado pelo São Paulo, seria sensacional ter um time voltando a vencer, não só Paulista, mas Brasileiro e Libertadores, nosso sonho como torcedor, ainda mais com um técnico como Rogério, que tem uma história importante pelo clube, seria muito legal ele ter essa possibilidade de ficar um tempão como técnico do São Paulo e vitorioso. Mas a gente sabe que tem que ter resultado. Nada acontece assim, colocou e funcionou. Tem que ter um método e um trabalho. É importante dar condição de criar, começou o campeonato bem ruim, mas parece que está melhorando.

À Betway, Massa também comenta a vitória do São Paulo sobre o Santos: “foi importante para confiança, tomara que continue assim e que ele consiga trabalhar e construir a equipe. O São Paulo tem um problema sério financeiro. É como comparar uma equipe como Mercedes, Red Bull e Ferrari com a Haas, o dinheiro faz muito efeito no esporte”, disse o piloto.

No Mundial, com um dos maiores rivais do estado em fase vitoriosa, Massa afirma que chegou a apostar em uma vitória do Palmeiras, mas disse que não conseguiu ver em razão dos treinos da Stock Car.

“Eu assisti muito pouco à final, estava tendo a Stock, não estava torcendo para ninguém ou secando. Eu não estava torcendo contra, antes do jogo até cheguei a falar que o Palmeiras tinha chance, até pelo time bom que tem. Existiu a oportunidade, mas não aconteceu, o Chelsea jogou melhor”, disse.

O futebol, aliás, trouxe para Massa uma rivalidade inesperada e até certo ponto injusta com um dos rivais do São Paulo, o Corinthians. Ele explica que um mal-entendido fez a torcida do Timão ficar irritada com ele.

“Uma vez eu fui fazer um jogo de fim de ano, lá em Santos, e eu estava com meu sogro, que é corintiano. E o Corinthians tinha acabado de cair para a Série B. Aí veio um cara no vestiário, eu nem sabia que ele era jornalista, veio me perguntar o que eu achei da queda. Eu falei que acontece e que dei uma sacaneada com meu sogro, não tem como não sacanear, aí o cara escreveu que eu torci contra o Corinthians. Os corintianos passaram a me odiar, quando eu perdi o título por um ponto na última curva, no jogo do Corinthians começaram a me xingar. E eu nem falei nada, mas faz parte”, finaliza Massa.

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