Série de Castanhari abre debate sobre atuação de influencers na ciência
Internautas reclamam do youtuber abordar temas científicos sem formação acadêmica. Seriado da Netflix tem técnicos como roteiristas
atualizado
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O influencer Felipe Castanhari anunciou, nesta semana, que teria uma série na Netflix: Mundo Mistério estreia em 4 de agosto no serviço de streaming. Como quase tudo que envolve youtubers e criadores de conteúdo digital com milhões de seguidores, o tema abriu as portas para debate crítica. De um lado, um grupo que defende o direito do rapaz usar sua popularidade para divulgar conteúdos sobre história e ciências. No outro lado do ringue, a turma que o acusa de tirar espaço de cientistas, historiadores, acadêmicos e professores.
Castanhari, que é dono do canal Nostalgia no YouTube, seguido por 13 milhões de pessoas, já trabalha com vídeos com temas ligados a acontecimentos históricos e curiosidades da ciência. Ele cria conteúdos sobre diversas questões, trazendo suas fontes de pesquisa e, segundo o próprio, contando com a revisão de uma equipe técnica. O programa da Netflix seguirá na mesma linha, com oito episódios de quase meia hora cada, sobre desaparecimentos no Triângulo das Bermudas, aquecimento global, peste bubônica e apocalipse zumbi.
Após o anúncio oficial, Castanhari virou alvo das críticas, seu nome, inclusive, foi parar na lista dos mais comentados do Twitter. A intensidade dos questionamentos fez o influenciador se posicionar sobre o tema. “Uma galera chatinha aqui do Twitter acha que só pode fazer conteúdo de ciência e história quem é da área. Pensamento egoísta que mostra que eles não tem nenhuma preocupação com a disseminação desse conteúdo para o grande público”, defendeu.
A justificativa, então, motivou mais uma onda de ataques. “Do que adianta ficar quatro anos numa universidade se qualquer pessoa pode produzir conhecimento histórico? Do que adianta participar de congresso, escrever e publicar artigos, se qualquer pessoa pode fazer um vídeo como bem entender sobre determinado assunto histórico?”, questionou um seguidor.
Castanhari, então, pontuou seu papel como comunicador, não roteirista. “Estou há nove anos no YouTube produzindo esse tipo de conteúdo mesmo não sendo historiador ou cientista. Entendam que eu sou um apresentador e diretor que se uniu a especialistas para trazer esses temas de uma forma mais simples e didática para o grande público”, afirmou.

Reprodução/Twitter

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O apresentador completou comparando sua função como a de Paul Zaloom, ator norte-americano que ficou famoso por interpretar o professor Beakman, na série Mundo de Beakman, e de Marcelo Tas, o Professor Tibúrcio do programa de TV Castelo Rá-Ti-Bum. “Eles não tiraram o espaço de ninguém porque sempre existiam especialistas contratados por trás dessas produções É difícil de entender?”, argumentou.
De acordo com a oficial sinopse da Netflix, Mundo Mistério explora enigmas da história e da ciência com seus colegas de laboratório. Juntos, eles usam humor e experiências científicas para responder perguntas como ‘O que acontece no Triângulo das Bermudas?’, ‘É possível viajar no tempo?’. Cada episódio teve a consultoria de especialistas como professores, médicos e pesquisadores.
Mundo Mistério estreia na plataforma de streaming no dia 4 de agosto.