Confira como está o Palácio da Alvorada após reformas de Marcela Temer
O Metrópoles acompanhou a visita turística nesta quarta-feira (22/2), a primeira depois das mudanças, e viu as sutis alterações no local
atualizado
Compartilhar notícia

O Palácio do Alvorada reabriu às visitas nesta quarta-feira (22/2). O Metrópoles esteve na residência oficial do presidente da República, Michel Temer, e da primeira-dama, Marcela Temer, e conferiu as mudanças promovidas na decoração do edifício desenhado por Oscar Niemeyer. Telas de proteção, estofado monocromáticos e alteração das obras de arte foram promovidas.
Logo no início da visita, que estava interrompida há quase um ano por conta da instabilidade política do país, um aspecto chama a atenção: o trajeto foi alterado e se tornou mais amplo. Agora é possível verificar a capela de Niemeyer, os cômodos do 1º andar, a piscina e o imenso jardim privado.Na área externa, a primeira mudança fica evidente. Trata-se da imensa rede na varanda da área íntima do palácio. A tela, que atravessa quase toda a extensão da fachada do 2º andar, destoa dos ambientes amplos e arejados projetados por Niemeyer. Ela foi colocada a pedido da primeira-dama, Marcela Temer, com o objetivo de proteger Michelzinho, o filho do presidente da República.

Reformas de Marcela
A decoração do Alvorada foi definida em 2009 por uma comissão de curadores sob orientação do especialista em arte Rogério Carvalho. Na época, escolheu-se os móveis e os objetos de arte que representassem o país e estivessem de acordo com os princípios modernistas dos prédios da cidade.
A reforma promovida por Marcela Temer seguiu o gosto pessoal da primeira-dama, sem promover mudanças radicais. Aos olhos de um leigo, inclusive, as alterações podem passar despercebidas. Ao contrário do que foi especulado, a entrada do palácio ainda conta com tapete vermelho e as obras de Brecheret, Portinari e Di Cavalcanti.
A guia do tour também explicou que, após conversar com a atual curadoria do palácio, algumas mudanças que seriam feitas foram deixadas de lado.
Confira o “novo” Palácio da Alvorada:

A parede da escada abrigava a tela de Djanira, devolvida ao Rio de Janeiro Paulo Lannes/Metrópoles

Paulo Lannes/Metrópoles

Escultura Ritmo Dos Ritmos, de Maria Martins Paulo Lannes/Metrópoles

Suspeitava-se que a tapeçaria e as peças marajoaras iriam sair do palácio, mas elas permanecem Paulo Lannes/Metrópoles

Os pequenos quadros de Rodolfo Amoedo não se encontram mais na biblioteca

O uso de mobiliário monocromático alterou o ambiente Paulo Lannes/Metrópoles

As cadeiras ganharam estofado escuro. A tapeçaria, escolhida por Anna Maria Niemeyer, quase foi retirada Paulo Lannes/Metrópoles

O tapete do hall continua na cor vermelha Paulo Lannes/Metrópoles

O ambiente de passagem ganhou uma mesa e um vaso Paulo Lannes/Metrópoles

O vaso de Camila Alvares Azevedo foi devolvido ao Rio de Janeiro e substituído por um prato oriental Paulo Lannes/Metrópoles

O Salão dos Estados perde cor e ganha uma TV de 50 polegadas Paulo Lannes/Metrópoles

A saída de uma escrivaninha antiga abriu espaço para o quadro de Volpi. A estante está vazia porque passa por reforma Paulo Lannes/Metrópoles

O piano ficou deslocado do ambiente com a nova decoração Paulo Lannes/Metrópoles
Ao Metrópoles, Rogério Carvalho avalia que as alterações são de extrema relevância. O especialista critica as alterações no mobiliário do Salão Nobre, que teve sofás e mesas alterados. “Os estofados são mais claros, fora de escala. Eles apequenam o ambiente”, explica.
O piano doado por Tom Jobim e Vinícius de Moraes, por exemplo, perdeu espaço na nova ambientação. Se antes os sofás eram coloridos, agora os tons monocromáticos do mobiliário predominam no local. “É um desastre. O palácio é um símbolo do país e as pessoas o alteraram sem entender como os espaços dele funcionam”, opina Rogério.
Verifique como era o palácio antes da mudança:

Interior do Palácio da Alvorada Ichiro Guerra/PR

Sofás coloridos e iluminação viva Ichiro Guerra/PR

Ichiro Guerra/PR

Estofados adotavam cores variadas Ichiro Guerra/PR

Ichiro Guerra/PR

Um dos cômodos do Palácio Alvorada Ichiro Guerra/PR
Devolução de obras
Algumas das peças devolvidas ao Museu de Belas de Arte do Rio de Janeiro (MNBA) deixaram um vácuo no Palácio da Alvorada. Na última semana de 2016, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e a Diretoria de Documentação Histórica (DDH) permitiu que 21 obras de arte fossem retiradas do local.
No Salão do Estado, o vaso feito em 1940 por Camila Alvares Azevedo deu espaço a um pequeno prato oriental. A parede do Salão Nobre que abrigava a tela de Djanira – a única artista mulher com obra exposta no ambiente – continua vazia.