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Streaming aumenta ganhos e dinamiza artistas independentes no Brasil

De acordo com os dados cedidos ao Metrópoles, os artistas estão recebendo mais dinheiro com a divulgação de músicas na plataforma

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Yanka Romão/Metrópoles
Streaming aumenta ganhos e dinamiza artistas independentes no Brasil
1 de 1 Streaming aumenta ganhos e dinamiza artistas independentes no Brasil - Foto: Yanka Romão/Metrópoles

O streaming mudou a forma como a indústria audiovisual se organiza – para o bem ou para mal. A abertura de novos canais de transmissão e divulgação de áudio, por exemplo, alavancou o mercado de produção alternativo, como pode ser visto com a chegada de “artistas desconhecidos” aos primeiros lugares dos charts. Um estudo realizado pelo Spotify Brasil, que o Metrópoles teve acesso, mostra que 33% dos artistas que geraram mais de R$ 50 mil e R$ 100 mil no Brasil distribuem seu trabalho de forma independente.

O dado é mais uma amostra das transformações que o mercado vem sofrendo nos últimos anos. Em entrevista, Carolina Alzuguir, Head de parcerias com artistas, gravadoras, selos e distribuidoras no Spotify no Brasil, afirmou que os valores são referentes ao ano de 2022 e falou sobre a motivação para divulgar os dados.

“A gente tem análises com diversos níveis de receita para ver o impacto de cada classe de artistas. Falar do valor arrecadado por artistas como Anitta, Ana Castela e Ludmilla seria fácil, mas também buscamos abordar os outros artistas que têm receitas mais baixas.”

Tomando por conta o valor máximo de R$ 100 mil em um ano, disponibilizado pela plataforma, é possível calcular os ganhos de um artista independente. Ele receberia, em média, cerca de R$ 8 mil por mês.

Na imagem com cor, Marina Sena posa para fotos - Metrópoles
Marina Sena é uma das artistas que começou de forma independente

De acordo com o relatório da International Federation of the Phonographic Industry, o Spotify é responsável por 25% da receita que um artista faz com música gravada. A porta-voz da plataforma, entretanto, faz uma ponderação importante.

“Para fazer uma conta, por alto, de quanto um artista independente gera anualmente com música gravada, esse valor [de R$ 8 mil] teria que ser multiplicado por quatro para abranger o arrecadado no Spotify e nas outras produções realizadas fora da nossa plataforma. E a gente está falando somente do recebido com música gravada. Não estamos contabilizando outras fontes de receita como shows, venda de ingressos, venda de produtos e propagandas feitas pelos artistas”, explica.

Pagamento dos artistas

A plataforma musical afirma que 70% do valor recebido com música é devolvido para a indústria musical. Em 2022, por exemplo, esse valor foi próximo de R$ 1 bilhão. O dinheiro, entretanto, não é enviado diretamente para os artistas, sendo intermediado por gravadoras e distribuidoras.

O acordo monetário entre os artistas e a indústria musical, entretanto, independe da plataforma. “A gente faz o pagamento para os detentores de direitos dos artistas e eles repassam um percentual para os artistas. Nós não temos visibilidade desses acordos porque cada artista tem um contrato diferente”, explica a porta-voz do Spotify Brasil.

Os 30% que são retidos pelo Spotify Brasil são utilizados para reinvestir na plataforma: “Criamos novas ferramentas e novas maneiras de divulgar os artistas. A gente faz muitos testes em relação a maneiras de inclusive oferecer futuramente novas fontes de receita significativa para os artistas”.

Dentre as iniciativas oferecidas pelo Spotify, estão as iniciativas educacionais feitas para os artistas com aulas frequentes, que englobam dicas sobre a plataforma e a divulgação musical. Algumas delas, inclusive, são feitas apenas só para artistas independentes.

Rumo ao estrelato

Segundo pesquisa realizada pelo Laboratório de Economia Criativa da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio de Janeiro, 12% dos artistas do mainstream brasileiro (o ponto de partida foram 600 artistas listados no banco de dados da publicação Showbusiness) se autoempresariam; 23% possuem um empresário independente; e 58% são atendidos por um escritório. Dos que não têm empresários, 76% gostariam de ter.

Visando o mercado de artistas em desenvolvimento, o Spotify prepara iniciativas como aulas que englobam dicas sobre a plataforma e a divulgação musical. Algumas delas, inclusive, são feitas apenas só para artistas independentes. A intenção é ajudar na propagação dos trabalhos realizados com profissionais que entendem do mercado musical.

Um programa já consolidado no Spotify é o Radar. Nele, a plataforma identifica artistas que estão começando a se destacar, artistas que estão em ascensão no início da carreira e outros que mostram potencial de se destacar no mercado.

“A partir do momento que a gente que o artista está participando desse programa, as músicas dele são programadas não só na playlist Radar do Brasil, como também em outras playlists oficiais do Spotify. Então a gente acaba impulsionando o consumo desse artista”, explica a head do Spotify.

Além disso, os artistas também ganham visibilidade fora da plataforma. “A gente coloca eles nos outdoors da Times Square, em Nova York, e no Camp Nou, estádio do Barcelona, na Espanha. Isso gera uma visibilidade grande para eles.”

Artistas de sucesso

Um dos artistas que participou da iniciativa Radar foi Veigh, sucesso nacional em 2023. O cantor de 21 anos de idade alcançou o top 1 global da plataforma com o disco Dos Prédios Deluxe e teve a melhor estreia brasileira na história da plataforma. Além disso, o single Movimento, lançado em Londres, no projeto Spotify Singles, conta com mais de 13 milhões de streamings.

Marina Sena também esteve no programa Radar em anos anteriores. A artista, tida como revelação do pop em 2021 com a música Por Supuesto, tornou-se um fenômeno musical no Brasil. Recentemente, ela lançou o álbum Vício Inerente e vem fazendo sucesso com os shows da turnê pelo país.

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