Roberto Carlos sobre laudo que aponta plágio: “Falho e imprestável”
O cantor Roberto Carlos foi acusado de plágio por uma composição em parceria com Erasmo Carlos e disse que os peritos são despreparados
atualizado
Compartilhar notícia

Roberto Carlos se defendeu após um laudo entregue à Justiça apontar plágio na música Traumas, parceria com Erasmo Carlos, que morreu em novembro de 2022. O artista é processado pela professora Erli Cabral Ribeiro Antunes, que alega ter tido uma composição copiada pelos músicos.
O documento, que chegou ao conhecimento público no começo de maio, aponta “trechos idênticos” entre o sucesso do Rei e Aquele Amor Tão Grande, música da professora. De acordo com o colunista Rogério Gentile, a defesa de Roberto acredita que o parecer dos peritos Cesar Peduti Filho e Eliane Pelegrini é “tecnicamente falho e imprestável” e “revela o despreparo técnico dos profissionais”.

Roberto Carlos Braga, nascido em 1941, é um compositor, empresário e cantor brasileiro. Natural de Cachoeiro de Itapemirim, no Espirito Santo, é conhecido como o rei da música romântica Clasos / Colaborador / Getty Images

De família de classe média, Roberto Carlos cresceu em uma casa localizada no alto de uma ladeira no bairro do Recanto (ES). Aos seis anos, enquanto brincava na linha férrea, sofreu um grave acidente que resultou na amputação de parte da perna direita John Medina / Colaborador/ Getty Images

O acidente, no entanto, não o parou. Ainda na infância, aprendeu a tocar piano, violão e foi matriculado no Conservatório Musical de Cachoeiro de Itapemirim, onde estudou música. Incentivado pela mãe, Roberto passou a cantar em um programa infantil na Rádio Cachoeiro. Talentoso, logo virou atração Eduardo Parra / Colaborador/ Getty Images

Em 1955, foi contratado pela rádio e, com o tempo, passou a dedicar-se à música. Anos depois, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Mais maduro, teve o primeiro contato com o rock and roll e com o rockabilly nas noites cariocas Buda Mendes / Equipe/ Getty Images

Em 1957, conheceu, por intermédio do amigo Arlênio Lívio, Sebastião Maia, mais conhecido como Tim Maia, Edson Trindade e Wellington Oliveira. Juntos, formaram o The Sputniks. O grupo, no entanto, não durou muito. Após mostrar interesse em seguir carreira solo, Roberto e Tim Maia brigaram. Como consequência, a equipe musical teve seu fim Mondadori Portfolio / Colaborador/ Getty Images

Roberto Carlos, então, seguiu sozinho cantando em boates. Decidido a gravar um disco, procurou a gravadora Copacabana. Contudo, foi aconselhado a desistir da carreira Keystone / Correspondente/ Getty Images

Insistente, Roberto continuou procurando outras empresas da área que lançassem sua música. Por fim, conseguiu gravar com a Polidor, mas teve o contrato encerrado logo em seguida por ter vendido poucas cópias. Ainda assim, não desistiu da música Mariano Regidor / Colaborador/ Getty Images

Em 1960, com a ajuda de Carlos Imperial, Roberto fechou contrato com a gravadora Colúmbia e lançou o primeiro álbum denominado Louco Por Você. Apesar de não ter feito muito sucesso, foi uma das portas de entrada do rei no ramo musical Leo Aversa/Divulgação

Erasmo e Roberto Carlos: amigos de uma vida Divulgação/ Globo

Em 1965, já conhecido nacionalmente, foi convidado a apresentar o programa denominado Jovem Guarda, da Record TV. Ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa, comandou a atração que ia ao ar aos domingos. O sucesso foi tanto que o nome do programa se tornou, mais tarde, um estilo musical Victor Chavez / Colaborador/ Getty Images

Talentoso, não demorou muito e Roberto passou a ser convidado para apresentar programas na TV e a estrelar filmes no cinema. O primeiro longa que o cantor gravou foi Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, lançado em 1967. Nos anos seguintes, filmou Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa e Roberto Carlos a 300 km por Hora JC Olivera / Colaborador/ Getty Images

Na década de 70, que marcaria o fim da jovem guarda, Roberto migrou do rock à música romântica, que o elevou ao patamar internacional. Entre os principais sucessos da época estão: Como vai você, Falando sério, Detalhes, Na paz do seu sorriso, Fera Ferida e Emoções, por exemplo CityFiles / Colaborador/ Getty Images

Curiosamente, de 1963 a 1996, Roberto Carlos conseguiu a façanha de lançar um disco por ano. Após Maria Rita, esposa do cantor, adoecer, o artista interrompeu a sequência de lançamentos. A mulher morreu pouco tempo depois Marcelo Hernandez / Correspondente/ Getty Images

Com todos os discos e sucesso, Roberto Carlos se tornou campeão de vendas e realizou centenas de shows no Brasil e no exterior. Além disso, já lançou diversos discos em inglês e espanhol em vários países. Até hoje, inclusive, o cantor continua a se apresentar nos palcos e todo ano produz um especial para a televisão Mauricio Fidalgo/ TV Globo

Ao longo dos anos, Roberto Carlos teve diversos casos com várias celebridades. Além disso, já foi casado três vezes. Das relações, se tornou pai de Rafael Carlos Torres, Luciana Carlos, Roberto Carlos Segundo e Ana Paula Rossi, os dois últimos falecidos Divulgação
Além disso, o advogado Marco Bezerra Campos alegou ainda que não existe “qualquer aprofundamento técnico musical que embase a conclusão aleatória de que ocorreu plágio” no documento apresentado.
Antes da apresentação do laudo, o cantor teria dito que a acusação se trata de uma “narrativa ficcional como a feita pela autora do processo é profundamente ofensiva a sua honra”. Além disso, a defesa teria afirmado que ele lançou trabalhos de diversos compositores e não teria motivo para se apropriar da letra da professora.
Como o laudo aponta plágio
No texto entregue à Justiça, um perito afirmou que “comparados os compassos de ambas as canções, a ideia central da música Aquele Amor Tão Grande é tocada como refrão da música Traumas”. Além disso, o profissional garantiu que “não restam dúvidas quanto à reprodução parcial da obra. Verificou-se o plágio”.
À Justiça, a professora disse que registrou a letra em 3 de fevereiro de 1971 na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela relatou ainda que teria levado a partitura e uma fita da música para mostrar a Roberto Carlos em um show dois dias após o registro. O trabalho teria sido deixado com um músico da banda com uma carta endereçada ao Rei.