Rita Lee homenageou Elza Soares e Gal Costa em Outra Autobiografia
Livro póstumo em que Rita Lee narra sua luta contra o câncer chega nesta segunda-feira (22/5) às livrarias e e-commerces
atualizado
Compartilhar notícia

A cantora Rita Lee, que morreu no dia 8 de maio, em decorrência de um câncer de pulmão, homenageou outras duas grandes cantoras brasileiras no livro Rita Lee: Outra Autobiografia, lançado postumamente nesta segunda-feira (22/5), pela Globo Livros. Elza Soares e Gal Costa contam cada uma com um capítulo próprio, em que a roqueira resgata memórias ao lado das amigas e fala sobre o choque de perdê-las.
“Hoje acordei e tive a notícia da partida de Elza Soares, de quem sou sútida desde pequena”, começou Rita, em um capítulo batizado de A Rainha. “A gente vinha trocando figurinhas dos últimos tempos. Pouco antes de eu ser diagnosticada com câncer, ela me pediu uma música para gravar. A letra baixou em dez minutos. Pensei em sua figura majestosa e nasceu Rainha Africana.
A canção de Rita e de Roberto de Carvalho foi uma das últimas gravadas por Elza e consta no álbum No Tempo da Intolerância, que será lançado daqui um mês, em 23 de junho. “Elza, assim que ouviu, já mandou um áudio: ‘Ó Rita, que prazer imenso ouvir você cantando essa música pra mim. Muito obrigada. Te adoro, criatura”, contou a roqueira na autobiografia.
Logo adiante, Rita narra “mais um capítulo da realidade cruel” — a morte de Gal Costa — no capítulo A Voz. Nele, Rita diz que ainda não acredita na partida da cantora, e elenca uma sequência de 13 lembranças vividas ao lado de Gal.

Rita Lee Jones de Carvalho, nascida em 1947, é uma cantora, atriz, compositora, ativista e escritora brasileira. Natural de São Paulo, Lee é considerada a rainha do rock brasileiro Rui M. Leal / Colaborador/ Getty Images

De ascendência norte-americana e italiana, Rita Lee começou a carreira musical aos 19 anos no grupo Os Mutantes, no qual conheceu o primeiro marido, Arnaldo Baptista. No entanto, após o divórcio, Rita foi expulsa da banda musical em 1972, pelo ex-marido Divulgação

Em 1973, fundou a banda Tutti Frutti com a amiga Lúcia Turnbull e, em 1976, começou um relacionamento com o guitarrista Roberto de Carvalho, com quem mantinha um relacionamento desde então Reprodução/ Instagram

Com o fim do Tutti Frutti, em 1979, passou a cantar ao lado do marido. Juntos, conquistaram reconhecimento internacional, lançaram hits de sucesso, mas resolveram seguir carreira solo em 1990 Reprodução

Durante a ditadura militar, Rita foi presa enquanto estava grávida do primeiro filho para servir como “exemplo para a juventude da época”. No entanto, não se calou. Lançou singles contra o período truculento brasileiro e se tornou referência musical com suas letras repletas de acidez e com reivindicações da independência feminina Rui M. Leal / Colaborador/ Getty Images

Com mais de 55 milhões de discos vendidos, Rita iniciou a carreira no rock, passou por pop rock, MPB, bossa nova e se aventurou até mesmo na música eletrônica. Considerada uma das artistas mais influentes do Brasil, participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade Instagram/Reprodução

Entre os maiores singles de sucesso da cantora, estão: Amor e Sexo, Agora Só Falta Você, Ovelha Negra, Desculpe o Auê, Erva Venenosa, Menino Bonito, Lança Perfume, Baila Comigo, Banho de Espuma, entre outros Reprodução/ Instagram

Com mais de 50 anos de carreira, cantou ao lado de grandes nomes da música brasileira, tais como: Elis Regina, Caetano Veloso e João Gilberto. Em 2001, ganhou o Grammy Latino de melhor álbum de rock em língua portuguesa e, em 2008, foi eleita uma das maiores cantoras do país pela revista Rolling Stone Divulgação

Com Roberto de Carvalho, teve três filhos: Beto Lee, nascido em 1977; João, nascido em 1979; e Antônio, nascido em 1981 Reprodução/Instagram

Em 2013, a cantora anunciou que se aposentaria dos palcos e se mudou para um sítio com o marido. Segundo ela, a intenção era “viver em paz e de forma anônima” Reprodução/ Instagram

Em 2016, no entanto, Rita decidiu lançar uma autobiografia. Na obra, denominada Rita Lee: Uma autobiografia, a cantora revelou ter sofrido violência sexual aos 6 anos

Em 2021, a equipe de Rita Lee usou as redes sociais para noticiar aos fãs que a cantora iniciou tratamento contra um câncer no pulmão esquerdo. Segundo a nota, a roqueira descobriu a condição durante exames de rotina e estava em tratamento desde então Reprodução/ Instagram

Recentemente, Rita Lee havia postado no Instagram que estava curada do câncer nos pulmões. À época, para comemorar, a cantora publicou na rede uma foto tirada pelo marido, Roberto de Carvalho, na chácara em que viviam, em São Paulo Reprodução
Uma delas é de quando Rita Lee ouviu Gal cantar Quando pela primeira vez. “O sorriso maroto de Gal nos bastidores do show dos Doces Bárbaros, no Anhembi, em 1976. Com Gil, Caetano e Bethânia, ela cantava uma música dedicada a mim. Eu, que não fazia ideia, quase desmaiei de emoção. No backstage, ela me contou que era uma das compositoras da canção”.
Rita Lee no livro Rita Lee: Outra Autobiografia
Rita também revela que as duas chegaram a planejar uma turnê, LeeGal. “Acabou não rolando por causa das agendas que ambas cumpriam com seus shows”.
Gal, contudo, chegou a gravar uma das canções mais famosas de Rita Lee, Ovelha Negra, e dar seu toque à canção. “Ela me mandou mensagem dizendo que gravcaria a música. Entretanto, pediu licença para trocar na letra ‘pai’ por ‘mãe’. Ela me explicou que o pai havia sido ausente e que, por isso, se sentiria mais à vontade cantanto para a mãe dela. Respondi que ela poderia fazer o que quisesse”.