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O que é o drill? Vertente do rap tem conquistado fãs no Brasil

Subgênero criado nas ruas de Chicago se reinventou no Reino Unido e, agora, desembarca no Brasil para marcar uma geração de artistas

atualizado

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l7nnon e leall
1 de 1 l7nnon e leall - Foto: null

Por volta dos anos 2010 uma nova vertente do rap surgiu nas ruas da cidade de Chicago, nos Estados Unidos: o drill. Com uma pegada mais dark que o trap, o estilo se destacou como alternativa na cena underground ao tratar de questões cotidianas das quebradas norte-americanas e a violência explícita em suas letras, como no caso do rapper Chief Keef, considerado um dos pioneiros do subgênero.

Nos últimos anos, porém, esse estilo se reinventou ao chegar no Reino Unido, onde artistas da cena local passaram a mesclar os beats “pesados” do drill com o som mais eletrônico e dançante do grime no que ficou conhecido como o UK drill. Seguindo a tendência da gringa, a vertente agora desembarca no Brasil e caminha para liderar a nova fase do rap nacional, que nos últimos anos viveu o boom do trap.

Ex-integrante do grupo Cone Crew Diretoria e atualmente um dos maiores produtores do Brasil, o carioca Papatinho acredita que o estilo chegou ao Brasil para ficar. “O drill é uma vertente que está em alta nos Estados Unidos e automaticamente reflete aqui. A ascensão de Londres foi muito importante para galera dos EUA e isso fez vários artistas surgirem, como o Pop Smoke, que influenciou vários rappers daqui (Brasil)”, conta ele.

Em entrevista ao Metrópoles, Papatinho explicou que as principais diferenças de produção do drill para outras vertentes, como o trap e o boom bap, estão na maneira como as batidas são feitas. “A diferença que eu noto logo de cara é a batida. O instrumental tem uma marcação diferente na bateria, o hi-hat e o compasso na marcação da segunda caixa. A estética do drill é mais sombria na maioria das vezes e o baixo se destaca muito por ter mais slides (deslizadas)”, disse o produtor.

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BR Drill

Após Chicago e Reino Unido, o drill aos poucos vai ganhando também uma cara brasileira. Importado pelo rapper baiano Vandal, que segue mais a linha da versão “raiz”, o drill tem se popularizado no Brasil através de artistas da cena do eixo Rio-São Paulo, como Leall e mais recentemente L7nnon, que uniram as ideias iniciais de subgênero as vivências brasileiras, como a cultura das favelas e também o futebol – algo comum também na versão britânica.

L7nnon, inclusive, é um dos grandes nomes da cena nacional atualmente e soma mais de meio bilhão de visualizações em seu canal no YouTube. Dono de hits como Perdição, Da Boca e Freio da Blazer, que já bateu a marca dos 100 milhões de views, L7 rimou sob os beats de drill na faixa Hip-Hop Hare, faixa com produção de Papatinho.

“Hoje em dia, eu me sinto bem confortável em cantar em qualquer estilo, seja ele trap, boom bap ou o mesmo o drill, que eu conheci há pouco tempo. Acho que me encaixo muito bem e me sinto muito à vontade em fazer e sempre tenho buscado evoluir nos flows. Acho que tem dado certo e o drill é um estilo que veio para ficar”, conta L7, que deve lançar em breve uma nova faixa de drill, novamente com Papato.

Porta para MC’s de funk

Com trabalhos com nomes gigantes da música como Anitta, Cardi B e Snoop Dog, Papatinho afirmou que, assim como aconteceu com o trap, o drill deve servir de uma nova porta de entrada para a cultura do funk ao mundo do rap. “O drill é um estilo totalmente urbano, assim como o funk e temos vários exemplos de sucessos recentemente de artistas que transitaram entre esses gêneros. A própria criação do trapfunk, que fundiu essas duas ideias e virou uma coisa bem brasileira, é um exemplo”, analisa o produtor.

Após o sucesso de artistas de São Paulo no trapfunk, um novo movimento de união entre o rap (seja ele trap, drill ou grime) e o funk ganhado bastante força com MC’s do Rio de Janeiro, como Cabelinho, que é dono de vários sucessos em parceria com Papatinho, e MC Poze do Rodo, que tem se aventurado no rap e lançou dois grandes sucessos recentemente: Vida Louca, faixa com mais de 123 milhões de views no YouTube e a Cara do Crime, parceria com Orochi, Bielzin, PL Quest e MC Cabelinho.

Agora que você já entendeu mais o que é o drill, pode curtir essa playlist criada por Papatinho exclusivamente para o Metrópoles e focada em sons de drill. Confira!

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