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Jukebox Sentimental: Noel Gallagher se afasta do Oasis em novo disco

“Who Built The Moon?” tem conquistado a crítica e exibe nova sonoridade do cantor e compositor

atualizado

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Shirlaine Forrest/Getty Images
Noel Gallagher
1 de 1 Noel Gallagher - Foto: Shirlaine Forrest/Getty Images

Aqui é assim. A gente promete e cumpre. Eis a batalha do ano, o duelo entre Caim e Abel do mundo do entretenimento. Depois de resenhar o primeiro disco solo do marrento mais carismático do pop rock, o hooligan Liam Gallagher, “As You Were”, que saiu em outubro deste ano, é a vez de falarmos agora de “Who Built The Moon?”, o novo disco de Noel Gallagher – o monólito de gelo mais sensível do britpop, lançado na última sexta-feira (24/11).

Os dois artistas são irmãos e ex-integrantes de uma das bandas mais criativas, influentes e intensas dos anos 1990: Oasis. Liam, o vocalista inabalável e Noel, o cérebro por trás da banda britânica.

Mas tal qual numa tragédia shakespeariana ou mesmo bíblica, há oito anos os dois vêm trocando insultos, desaforos e farpas pelas redes sociais e imprensa. De lá para cá, cada um segue a sua trilha como pode, sobrevivendo à poeira do passado, ao legado deixado pelos mais de 70 milhões de álbuns vendidos. Sob esse espectro, Liam liderou por um tempo a Beady Eye e Noel lançou dois discos à frente da High Flying Birds.

Nova sonoridade
“Who Built The Moon?”, de certa forma, é o rompimento com esse “ontem” marcado por manhã de glórias e muitas histórias de confusão. “Não temo abandonar o passado”, disse o artista em entrevista  à Rolling Stone. “Sim, estou esperando reações negativas dos fãs. Estou absolutamente confortável com isso”, endossou Noel, já antecipando as reações negativas dos herdeiros do Oasis.

A guinada para esse novo rumo ganhou contornos com a entrada do produtor irlandês David Holmes na jogada. Conhecido por assinar trilhas de filmes (“Onze Homens e Um Segredo”) e envolvimento com música eletrônica e hip-hop, foi ele quem convenceu o artista britânico a buscar uma nova sonoridade para este terceiro trabalho.

O resultado pode ser sentido logo na faixa de abertura: “Fort Knox”. Misturando uma batida hip-hop com samples psicodélico, a canção, embora, ironicamente, lembre “Fuckin’ In The Bushes”, do quarto álbum do Oasis (“Standing On The Shoulder Of Giants”), nasceu de uma conversa de Noel e o produtor sobre, veja só, o rapper Kanye West.

A dançante “Holy Mountain”, com seu coro à la “Back In The U.S.S.R.” – talvez uma homenagem velada aos Beatles, uma sombra na trajetória do Oasis –, conta com Paul Weller (o herói de Noel, ex-líder do The Jam) nos teclados e clipe maneiro psicodélico.

“It’s A Beautiful World”, outro momento mágico do disco, com sua áurea cósmica, também transpira experimentação. Conduzida por dançante batida eletrônica, improvisa um discurso em francês chamando atenção sobre o apocalipse. “A humanidade está derretendo em ambos os pólos/ Relaxe e descanse em paz/ É apenas o fim do mundo”, diz uma voz feminina.

Com uma pegada anos 1980, lembrando alguma coisa new wave, a contagiante “She Taught Me How to Fly” despertou atenção num show no fim de outubro durante o prestigiado programa da BBC “Later… with Jools Holland”. Isso porque Noel trouxe como atração uma “tesourista”. O “instrumento”, tocado pela francesa Charlotte Marionneau, artista de vanguarda radicada em Londres, foi defendido pelo roqueiro.

“Eu sei o que estou fazendo. Eu não vou subir no palco e tocar numa arena, com uma moça de capa tocando uma tesoura, se não for muito bom. Eu não sou um idiota de merda”, ironizou Noel, que abriu os quatros shows do U2 em sua passagem pelo Brasil, durante turnê do álbum, “The Joshua Tree”.

Outras surpresas de “Who Built The Moon?” são as instrumentais, “Interlude (Wednesday Part 1 e 2”), ambas com clima de trilha de filme, e a enigmática “The Man That Built The Moon”, com seus versos cheios de metáforas intrigantes. “Você e eu/ Aranha e uma mosca/ Comendo onde as sombras caem”.

Tudo indica que o novo álbum de Noel Gallagher vai assustar os fãs do Oasis e da carreira solo do artista. Mas só no começo. Apenas até todo mundo se acostumar. E pelo jeito a crítica especializada já aprovou o disco.

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