Indie psicodélica, francesa Laure Briard faz show em Brasília
Com dois discos na bagagem, cantora de Toulouse é uma das atrações de nova edição do festival Groselha, nesta sexta (8/9), no Teatro Dulcina
atualizado
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Laure Briard, cantora francesa em ascensão na farta cena indie, viaja pelo Brasil em turnê de sete datas, feito curioso para uma artista não exatamente popular por aqui. Dois shows em São Paulo, Minas Gerais e Goiânia. E um em Brasília nesta sexta (8/9), dentro do festival Groselha (Teatro Dulcina).
O som da francesa percorre as paragens etéreas da psicodelia que permeia as principais bandas indies do momento, lá fora (Tame Impala) e no Brasil (a goiana Boogarins, também atração no Groselha).
Com dois discos de estúdio na bagagem, “Révélation” (2015) e “Sur la Piste de Danse” (2016), a cantora faz amigos por onde passa. Numa dessas, conheceu a turma do Boogarins quando os goianos se apresentaram no SXSW, em março. Tocaram várias vezes juntos e, entre acordes e conversas, surgiu a ideia de trazê-la ao Brasil.
Laure manteve contato via internet com Benke Ferraz, guitarrista e vocalista do Boogarins. “Tudo correu rápido e aqui estamos!”, diz a francesa. Laure desembarcou no país há dez dias e, desde então, comemora: “Só conheci pessoas gentis, legais e públicos atenciosos. Isso é muito legal!”.
Entre amigos e boa música: a carreira de Laure Briard
No Brasil, ela testa “Janela”, primeira composição em português. “Foi um grande teste! No começo fiquei tímida, mas depois tudo ficou mais tranquilo e as pessoas se entusiasmaram”, conta. A ideia é gravar uma versão de estúdio da canção com Ferraz, em Goiânia.
O primeiro EP, “Laure Briard chante la France” (2013), teve empurrãozinho de Julien Barbagallo, baterista do Tame Impala. A conterrânea Melody Prochet, que se apresenta como Melody’s Echo Chamber, é uma das melhores amizades que Laure construiu na estrada. “Um presente que o universo me deu”.
“Tenho muitos amigos músicos na minha cidade natal, Toulouse, e em Paris. E, sim, nós somos como um coletivo. É sempre bom ter pessoas assim por perto, dispostas a dar conselhos e dizer o que pensam sobre uma música ou um clipe. Isso ajuda muito, é muito importante para mim”, comenta.
A sinergia com outros músicos permite que Laure transite por diferentes projetos. Ela desenvolve bandas distintas com duas artistas de seu selo, o Midnight Special Records: uma formação punk com Michelle Blades e outra, mais pop, ao lado de Cléa Vincent. “Meu estilo muda naturalmente. Há sempre uma atmosfera diferente a cada show”, explica.
Laure se diz fã da música brasileira dos anos 1960 e 1970, não por acaso bastante identificada com o rock psicodélico. Um baita estímulo para uma imaginação já bastante fértil e curiosa. “Fiz várias viagens na minha cabeça enquanto escutava músicas o dia inteiro de um jeito maníaco. E também vendo filmes e documentários.”