Gal Costa não sabia que vivia relação abusiva com Wilma, diz produtor
Viúva de Gal Costa, Wilma Petrillo está sendo acusada de assédio moral, ameaças e golpes financeiros
atualizado
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O produtor Marcus Preto, um dos profissionais mais próximos de Gal Costa, afirmou que a cantora não sabia que estava vivendo um relacionamento abusiva com Wilma Petrillo. Viúva de Gal Costa, a empresária está sendo acusada por ex-funcionários, amigos e parentes da cantora de assédio moral, ameaças e golpes financeiros, conforme revelou a revista Piauí na semana passada.
Após as suspeitas sobre Wilma se tornarem públicas, muitas pessoas questionaram o porquê de Gal ter passado tantos anos ao lado da mulher. Preto, então, fez uma reflexão nas redes sociais.
“Entendi isso na última semana: quase ninguém faz ideia dos mecanismos perversos de uma relação abusiva. A vítima é sempre culpabilizada. E aparecem duas perguntas: ‘Mas se sicrano era tão terrível assim, por que fulano não botava ele para correr?”, escreveu.
“Mas a família não fez nada para ajudar? Nem os amigos?’. É preciso que as pessoas saibam (ou se lembrem) do que acontece de fato: Fulano não CONSEGUE botar ninguém para correr. Até porque ele nem sabe que está em uma relação abusiva. Por mais que tentem, nem os amigos e nem a família tem força para tirá-lo dali”, ressaltou o produtor, na rede social.
Wilma teria ameaçado amigo gay do casal
Segundo Bruno, Wilma disse que ela e Gal estavam passando por problemas financeiros e pediu R$ 15 mil do rapaz. A quantia não foi devolvida na data combinada e Bruno cobrou a dívida. A partir daí, ele deixou de ser convidado para shows e para a casa de Gal e passou a conviver com o medo.
Como o rapaz é gay, mas na época não tinha falado sobre sua orientação sexual à família, Wilma ameaçou expor as intimidades do rapaz à família. Um dia, ela cumpriu a promessa e mandou fotos de Bruno beijando o namorado para o pai dele.
O efeito, contudo, foi o contrário: o médico foi acolhido pela família, que resolveu denunciar Wilma à polícia.
Assédio moral
Funcionários da Baraka Produções Artísticas, empresa de Gal Costa, afirmam ter sido vítimas de assédio moral por parte de Wilma Petrillo, viúva da artista. Ouvidos pela Piauí, eles narram que em dias de calor em São Paulo, a empresária tirava a blusa e o sutiã no escritório.
A publicação afirma ter tido acesso a uma foto tirada por um funcionário na qual Petrillo aparece nua da cintura para cima, dentro do escritório.
Uma funcionária, Anamaris Torres Leca, chegou a entrar na Justiça com uma ação trabalhista contra produtora. Na petição, ela também diz que nos locais de trabalho havia controle do uso do banheiro e que Petrillo, quando estava nervosa, a humilhava.
“Me avisaram que você é muito burra, de fato.” Francisco Erilando Costa Uchoa, uma das testemunhas do processo, disse que Petrillo certa vez perguntou: “A Ana já chegou para trabalhar, aquela imbecil?”.
Anamaris venceu a ação na primeira instância e aguarda o julgamento do Tribunal Superior do Trabalho.
Comportamento abusivo com Gal
Funcionários e amigos de Gal também afirmam que a artista vivia sob a rédea de um relacionamento abusivo com Wilma Petrillo. A empresária, inclusive, foi flagrada chamando a cantora de “burra”, “velha” e “gorda”, em diferentes ocasiões.
A defesa da empresária negou as acusações em uma advertência enviada à Piauí, para tentar impedir a publicação da reportagem.
Wilma teria ignorado desejo de Gal
Antes mesmo da publicação da Piauí, amigos e fãs de Gal já haviam manifestado estranheza com a decisão de Wilma de sepultar Gal Costa em um local diferente do que fora escolhido por ela.
Gal Costa comprou um jazigo perpétuo no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro, quando faleceu sua mãe. O cemitério é o mesmo em que sepultados Carmem Miranda, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, Cazuza, Glauber e Anecy Rocha, membros da Academia Brasileira e a maioria dos grandes artistas e personalidades do país.
Petrillo sabia disso, mas decidiu que o corpo de Gal seria enterrada no mausoléu da família dela, no Cemitério da Consolação.
Vários golpes
Wilma Petrillo também é acusada de ter dado vários golpes em produtores e contratantes de shows. O empresário baiano Maurício Pessoa afirma ter perdido mais de R$ 1 milhão após contratar Gal Costa para uma sequência de shows e a gravação de um disco, em 2013. Entre trancos e barrancos, a artista honrou a agenda, mas não finalizou o álbum. Logo depois, Pessoa entrou em depressão.
O produtor Hermogenes Carolino da Silva teve de entrar na Justiça para tentar reaver o dinheiro pago antecipadamente a Wilma por conta de um show não realizado pela artista em Olinda.
Ele conta que já havia começado a vender os ingressos quando o evento sumiu da agenda oficial de Gal. Depois, entrou no lugar um show no Sesc Pinheiros, em São Paulo, no mesmo dia e horário do de Olinda. Em seguida, a página oficial de Gal confirmou o cancelamento, sem dar qualquer satisfação ao homem.
Cleber Pereira, nascido em Ceilândia, Brasília, também levou uma rasteira da viúva de Gal. Em 2009, ele procurou Petrillo para acertar uma apresentação de voz e violão de Gal no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Pereira conta que se individou para pagar adiantamentos exigidos por Wilma. A empresária, por sua vez, nunca devolveu o contrato do negócio assinado e Gal não realizou o show. Como resultado, o produtor cultural adoeceu. Foi diagnosticou com depressão, ansiedade e princípio de pânico, e afastado pelo INSS.
Wilma sabotava carreira de Gal
Produtor de Gal, Ricardo Frugoli contou à Piauí que em determinado momento, contratantes de shows do Brasil e da Europa que perderam o interesse em Gal Costa em razão, segundo ele, do comportamento da empresária.
Petrillo teria o hábito de destratar profissionais, aplicar taxas de última hora para tirar vantagem dos organizadores dos eventos e fazer acusações infundadas de furto.
Ela também teria resistência a aceitar pedidos de grande show, restringindo a agenda a eventos de voz & violão, o que amigos defendem que foi ruim para a carreira de Gal Costa.
“Os anos 2000 foram muito esquisitos. Ela entrou para gravadoras menores e lançou discos de pouca visibilidade que desagradaram a crítica por serem conservadores, caretas”, disse o crítico Mauro Ferreira à revista.
“Na segunda metade da década, parecia que a carreira dela estava acabada. Até que Caetano Veloso percebeu isso e decidiu tirá-la do fundo do poço com o álbum Recanto.”