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Funkeira brasiliense MC Jenny venceu preconceitos para se consolidar

A pioneira do gênero na capital completa 10 anos de carreira em maio e conta histórias de superação e sonhos

atualizado

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Deivid Enderson/Divulgação
mc Jenny
1 de 1 mc Jenny - Foto: Deivid Enderson/Divulgação

Em 2008, um funk chamado “Aquecimento” começou a tocar pelo Brasil. O som tinha toda a cara de vir do Rio de Janeiro. Porém, a autora do hit era uma moradora de Samambaia: Jennifer Gomes. A música, então, lançou MC Jenny, que perto de completar 10 anos de carreira se consolida como a principal funkeira do DF.

Na época de “Aquecimento”, Jenny tinha 18 anos e, sem produção, arriscou-se no mundo do show business tendo a mãe como assessora. O sucesso veio, mas sem o devido reconhecimento financeiro. “Eu gravei a música no Rio e ela estourou. Perdi muito dinheiro nesta época, mas fiz muitos shows”, revela.

O nome da música, na verdade, seria “Coordenação Motora” e a inspiração veio após uma temporada na Bahia. “As pessoas falavam muito ‘oh!’, como a expressão: ‘Olha pra isso, oh!’. Aí surgiu a música, mas ninguém acreditava que faria sucesso”, conta.

Nascida em Taguatinga e moradora de Samambaia, a artista relata que sofreu muito preconceito por cantar pancadão e ser do Distrito Federal. “Quando eu estava em um show fora, ou até mesmo aqui em Brasília, as pessoas não acreditavam no meu trabalho. Todo mundo acha que o funk tem que vir apenas do Rio de Janeiro”.

O gênero também foi razão para muito assédio e discriminação no cenário musical. O recente crescimento da participação feminina em ritmos dominados por homens e discursos machistas serve de alavanca para a jovem que batalhou bastante no início da carreira. “As pessoas olham o artista e não sabem o que se passa por trás do glamour”.

Divulgação

 

No princípio, ela mesma dirigia o caminhão do show, buscava e deixava toda a equipe após os espetáculos. “Eu fazia tudo. Outro dia, voltando de uma apresentação, eu estava com muito sono e dirigindo. Um homem passou por mim e, no posto policial seguinte, disse que tinha um motorista bêbado na pista. Os policiais me abordaram com armas, mas, quando viram que era mulher, eles revistaram o veículo e me deixaram seguir”, diz.

Além desse fato, a jovem já sofreu muito com produtores que sempre agiam com má fé. “Um deles não me pagava nunca, eu trabalhava e recebia R$ 200. Cheguei a morar em subsolos de uma loja porque ele me roubava muito e eu não sabia o que fazer.” Mesmo com a carreira artística, ela conseguiu se formar em marketing e deseja manter os estudos.

Passados os perrengues, Jenny, em 2012, participou do programa “Astros”, do SBT, e a música “Dig Din” foi escolhida para a trilha sonora da novela “Carrossel”. O público infantil cresceu e a cantora participou de vários programas da emissora, como o “Inside” e o “Máquina da Fama”. “Quero Pica, Quero Pau” foi cantada por Silvio Santos em seu programa. “Vem Neném” e “Bumbum do Mal” também estouraram. A última, por sinal, é sucesso no Paraguai.

Jenny continua fazendo shows em Brasília e fora da capital federal. Atualmente, a música de trabalho é “Cuidado Rapaz”, de Humberto Tavares — compositor que já trabalhou com Anitta. Aos 28 anos, a funkeira candanga diversifica seu trabalho colocando no repertório um pouco de MPB, sertanejo, ragga e zouk.

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