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Em entrevista, Milton Nascimento detalha turnê Semente: “Tem de tudo”

Aos 75 anos, ícone da MPB visita Brasília com show que leva seu nome de batismo pelos índios Guarani-Kaiowá

atualizado

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Nathália Pacheco/Divulgação
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1 de 1 milton nascimento nathália pacheco divulgacao - Foto: Nathália Pacheco/Divulgação

Aos 75 anos, Milton Nascimento reverencia as raízes do Brasil em sua atual turnê, Semente da Terra. O ciclo de shows leva seu nome de batismo dado pelos Guarani-Kaiowá – escreve-se Ava Nheyeyru Iyi Yvy Renhoi na língua do povo indígena. Em entrevista ao Metrópoles, o cantor e compositor detalha a apresentação marcada para este domingo (25/3), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ingressos estão à venda pela internet.

Em conversa por e-mail, o carioca criado em Três Pontas, região sul de Minas Gerais, diz que a performance deve cobrir todas as suas fases. Ele dá ênfase especial à inclinação política e social da turnê. “A gente não pensou em nada que não fosse inspirado na vida dos índios e das minorias do Brasil”, aponta.

Leia entrevista completa com Milton Nascimento:

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Qual vai ser o repertório do show em Brasília?
Nesta apresentação, a gente teve vontade de colocar tudo, os 50 anos de Travessia, os 45 de Clube da Esquina, as coisas das quais fiz parte ao longo da carreira. Mas, ao mesmo tempo, tinha de ter também Coração de Estudante, Nada Será Como Antes, Maria Maria, Caxangá, além de muitas outras que o pessoal gosta.

Você morou no Rio de Janeiro por muitas décadas. Como vê a atual situação na cidade?
Olha, do jeito triste que as coisas estão, ninguém tem certeza de mais nada.

Como está sendo o retorno para Minas Gerais? Sente falta do Rio? Está gostando de voltar à terrinha? O que te animou a voltar a cantar?
O principal motivo de todas essas perguntas que você me fez tem a ver com meu filho, Augusto Kesrouani Nascimento. Foi tudo por causa dele, desde a minha mudança para Juiz de Fora até essa volta aos palcos em 2017.

Qual a história do nome do show? Por que os Guarani-Kaiowá te chamam assim?
Na verdade, minha história com os povos indígenas começou bem antes do disco Txai. Foi por volta dos anos 1970, quando eu estava em São Paulo e conheci alguns índios. Ali já tive uma identificação muito forte. Depois, surgiu o projeto Txai, que virou disco em 1991, quando me encontrei no Acre com os índios da tribo Ashaninka. A partir disso, a causa indígena sempre esteve presente na minha vida. Até que fui batizado, em 2010, pelos índios Guarani-Kaiowá do Mato Grosso Sul. Eles foram a principal inspiração para este show, Semente da Terra, que é o nome que eles me deram no batizado.

Como o nome do show se relaciona com conteúdo das músicas? Por que selecionar as canções de maior cunho político e social?

A gente não pensou em nada que não fosse inspirado na vida dos índios e das minorias do Brasil. Em especial nos Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul. No final, seguimos algo que fosse mais direto possível. Como digo nos shows, tem todas as fases da minha vida a partir de Travessia, passando pelos anos 1970, 1980, Nos Bailes da Vida, Cio da Terra, Me Deixa em Paz, e por aí vai

Como foi o convite para a Bárbara Barcellos? Como ela complementa as canções do show?
Esse convite surgiu através dos irmãos Wilson e Beto Lopes, que tocam violão comigo nessa apresentação. Foram eles quem me apresentaram a Bárbara. Então a gente teve a ideia de convidá-la para o projeto.

Você pensa em voltar a compor? Tem algum projeto em vista?
Na verdade, eu nunca parei. E, por enquanto, quero aproveitar esse projeto Semente da Terra, que ainda não fez nem um ano de estrada.

Como você vê a cena musical brasileira atual? É muito diferente de quando você começou?
As coisas andam muito esquisitas, no geral.

Tem alguma história curiosa em Brasília, sobre a cidade ou sobre o público da capital?
Nossa, tenho tanta história em Brasília que nem sou capaz de enumerar. Uma das minhas cidades preferidas para fazer show é Brasília. Nunca deixo de passar por aí quando estou com um novo projeto.

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