Dona Cislene cria festival para lançar disco “Meninos & Leões”
Quarteto roqueiro brasiliense mostra faixas do segundo disco de estúdio no festival Cega Rega. Banda capixaba Dead Fish também é destaque
atualizado
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A Dona Cislene, uma das bandas mais populares de Brasília no cenário atual, criou um festival próprio, o Cega Rega, para lançar o disco “Meninos & Leões”. Será nesta sexta-feira (9/6), no Centro Comunitário da UnB.
Com músicas do segundo disco no repertório, a Dona Cislene convida a veterana capixaba Dead Fish, a cearense Selvagens à Procura de Lei e as conterrâneas Alarmes e Lupa. Esta última adotou estratégia de lançamento parecida há poucas semanas: botou o CD novo na praça em festival caseiro.
“Brasília está com uma cena de rock muito boa. Não é panelinha, mas um grupo que trabalha forte”, diz o vocalista e guitarrista Bruno Alpino, que forma a Cislene com Gui de Bem (guitarra), Pedro Piauí (baixo) e Paulo Sampaio (bateria). Três deles têm 26 anos. Paulo é o caçula, com 23.
Amadurecimento em 10 faixas
A escalação do Cega Rega soma-se ao próprio conceito de “Meninos & Leões”, um trabalho que Alpino acredita ser mais maduro que a estreia em “Um Brinde aos Loucos” (2014). Os integrantes da Dona Cislene passaram três meses em São Paulo, no segundo semestre de 2016. Uma verdadeira residência artística: temporária, mas fundamental.
“O CD traz vivência, crescimento. Foi bem a fase que a gente meio que saiu da molecagem de ver a banda como brincadeira, como hobby, pra ver como profissão. Ser mais ambicioso, tocar pelo Brasil. Hoje em dia temos a sorte de se bancar como banda. Um sonho que sempre tivemos”, descreve.
A Dona Cislene nunca escondeu suas influências: do hardcore bem-humorado do Raimundos ao pós-grunge do Foo Fighters. Essa postura cristalina também ajudou na formatação de “Meninos & Leões”, gravado na capital por Ricardo Ponte, importante produtor na cena brasiliense.
Som afinado
Os empresários da Zero Neutro, que agencia as carreiras de Mundo Livre S/A e Natiruts, gostaram do que ouviram na primeira versão do disco. Mas “acharam que precisava de algo pra somar, algo que desse um boom”, conta Alpino.
A solução foi buscar um engenheiro de som com o perfil da Cislene no Sterling Sound, em Nova York. “Joe LaPorta trabalhou no ‘Wasting Light’ (2011), do Foo Fighters. É a maior referência que a gente tem hoje”, admite o músico.
LaPorta é bastante conceituado na indústria fonográfica e navega por gêneros diversos. Venceu o Grammy pelo trabalho em “Blackstar” (2016), o disco de despedida de David Bowie, e afinou a sonoridade de artistas como Björk, Garbage, The Weeknd e Run the Jewels, talvez o melhor grupo de rap do momento.
Autossuficiente e no melhor momento da carreira, a Dona Cislene nem pensa em trocar Brasília pelo eixo Rio-SP. “A cidade não tem tanto trânsito, tem céu sempre bonito, nossas famílias. Pode ser que aconteça, mas torço pra que não. Brasília é o berço do rock nacional, sempre foi e sempre será”, declara.
Cega Rega
Sexta (9/6), às 20h, no Centro Comunitário da Universidade de Brasília (UnB, campus Darcy Ribeiro, Asa Norte). Ingressos: R$ 40 (2º lote). À venda pelo site Sympla e em pontos de venda (somente em dinheiro): 548 Hair (Gilberto Salomão), BFC Brasil (Águas Claras), CA de Geografia (ICC Norte, UnB), El Bando Tattoo (203 Norte), Overstreet (Conic), Rock Burger (Taguatinga) e Super Forma Suplementos (Sudoeste). Não recomendado para menores de 16 anos