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Crítica: Pabllo Vittar é aquilo que a comunidade gay precisa no palco

A artista, que vai gravar parceria com Anitta, volta a se apresentar em Brasília no dia 8 de setembro

atualizado

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Bruno Cavalcanti/Victoria Haus/Divulgação
Pabllo Vittar
1 de 1 Pabllo Vittar - Foto: Bruno Cavalcanti/Victoria Haus/Divulgação

O show da drag queen Pabllo Vittar, na madrugada desse domingo (21/5), no Net Live Brasília, confirmou a ideia que circulava depois do carnaval. A artista é, certamente, aquilo que a comunidade gay precisa ver no palco.

Pabllo Vittar trouxe ao Net Live seu terceiro show em Brasília, neste ano. Em todas as apresentações, o público compareceu em peso. Nessa última, algo de diferente surpreendeu: a artista foi alvo de verdadeira adoração por parte da plateia.

A alguns, a afirmação pode parecer exagero. Problema deles. É inegável que fãs ensandecidos estavam completamente absorvidos pela energia da cantora — que desfilou hits como “Todo Dia”, “Corpo Sensual” e o recente single “K.O”. A coisa esquentou tanto, que, por pelo menos quatro vezes, o palco foi invadido por fãs.

Um deles, inclusive, esbanjando falta de educação, derrubou a cantora no palco. Micão, hein?! Pabllo, porém, sobrou no carisma e no jogo de cintura. Sem se abalar com as invasões nem deixar seguranças serem truculentos, a estrela abraçou, cantou junto e manteve o show em 220 volts.

A apresentação também teve espaço para a emoção. A drag chorou e, profundamente emocionada, declarou estar vivendo a melhor fase da vida por fazer show para um público que a aceitava completamente — frase dita próximo à execução da balada “Indestrutível”.

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Uma pergunta martelava em minha cabeça durante todo o show: por que tanta adoração? Ao olhar para o lado e ver alguns jovens chorando e completamente entregues à atmosfera do local, ficou fácil perceber. Pabllo representa o apogeu da “bicha poc” (designação usada para definir gays afeminados), aquele que apanha por não se encaixar no padrão exigido por uma sociedade machista e homofóbica.

Pabllo venceu, faz sucesso, tem parceria com Anitta e música produzida pelo DJ internacional Diplo. Ela, lá no palco, representa o sonho dos gays que não veem problema em ser afeminados e percebem que isso não os impede (ainda bem) de serem felizes.

A cantora volta a Brasília em 8 de setembro, mais uma vez trazida pela Victoria Haus. O local da apresentação ainda não foi definido. Até lá, a comunidade mantém a certeza: temos muito a agradecer a Pabllo. A esperança que ela representa no palco é um alento em tempos tão duros.

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