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Custando até R$ 200 mil, bastidor de lives tem logística e trabalheira

Produtoras de transmissões ao vivo revelaram como é feita a produção de um show on-line que sai ao gosto do artista

atualizado

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Yanka Romão/Arte/Metrópoles
Bastidores da Live
1 de 1 Bastidores da Live - Foto: Yanka Romão/Arte/Metrópoles

Isolados em casa e com poucas opções de entretenimento, o público encontrou nas lives um refúgio para se distrair das graves notícias sobre o coronavírus. Do lado dos artistas, o movimento é uma forma de não ficar parada, faturar grana com patrocínio e cantar. No meio desses dois polos, está a equipe técnica, responsável por fazer o show on-line ocorrer sem (muitos) erros e com qualidade de imagem.

Os bastidores de uma live-show envolvem a participação de uma equipe, sempre reduzida por conta das medidas de contenção da Covid-19, de montagem e uma na transmissão. No começo do processo, nomes como Jorge e Mateus e Gusttavo Lima – cantores que estão no Top 10 do novo mercado, foram criticados por promover aglomerações em seus shows de casa.

Após as críticas o mercado passou a se adequar e os dados mostram que o movimento é crescente, seja em superestruturas ou em montagens mais enxutas. Segundo o GetNinjas, aplicativo de contratação de serviços da América Latina, a demanda por serviços de áudio e vídeo, entre abril e maio, em comparação ao mês de março, registrou aumento de 25,86%. O crescimento se deu também por conta das lives com show e da aparelhagem necessária para produzi-las.

O Metrópoles conversou com empresas que atuam no mercado de lives para saber como operam os bastidores. De início, o preço pode ser um impeditivo (ou um estímulo): quanto maior a qualidade, mais caro. A VOCS, uma das marcas do segmento, já fez projetos que chegaram a R$ 200 mil. Outra companhia, a HD Fortaleza teve como teto de gastos o valor de R$ 35 mil. Mas ambas garantem que é possível baixar os preços (com valores iniciais entre R$ 7 mil e R$ 15 mil): tudo depende do gosto do cliente.

Uma variável que impacta é quais equipamentos serão utilizados  “O básico é sempre uma boa estrutura de filmagem, mesa de corte, sistema de playout e link de internet. Conforme a complexidade e particularidades da dinâmica e linguagem da transmissão, outros equipamentos são necessários. Os artistas geralmente ficam responsáveis pela sonorização/áudio”, conta Leonardo Ferro, sócio da VOCS.

O trabalho começa antes da data do show. “A montagem geralmente é feita de 1 a 2 dias antes, inclusive para que exista tempo hábil para testes e ensaios. Já o processo de pré-produção é sempre maior, são necessárias visitas técnicas para avaliação do local, verificações relacionadas à internet, alinhamento com a equipe de produção do artista, entre outros”, explicou Leonardo Ferro. O tamanho da equipe neste momento é reduzido. Mas, na hora da transmissão, são exigidos mais profissionais. A HD Fortaleza, por exemplo, trabalha com até oito pessoas.

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“Estamos envolvidos em muitas transmissões relacionadas ao entretenimento e também em demandas de grandes empresas. Estamos produzindo as lives do cantor Thiaguinho [por exemplo]. Nesses projetos, sempre contamos com uma estrutura de quatro a seis câmeras, equipamentos de movimento, unidade móvel, link dedicado de internet e equipe composta por sete a 10 profissionais”, explicou Leonardo Ferro.

Cuidados

Mesmo que haja uma certa aglomeração para montar a transmissão, ambas as empresas garantem que os equipamentos e a equipe passam por cuidados constantes para evitar a transmissão do vírus.

Os equipamentos usados em cada produção passam por um processo de desinfecção: HD Fortaleza, por exemplo, comentou que fazem uso do álcool isopropílico antes de reutilizar os aparelhos.

“Obrigatoriamente, todos da equipe trabalham com EPI [Equipamento de Proteção Individual] conforme recomendações da OMS [Organização Mundial de Saúde]. Os testes [de coronavírus] estão sendo feitos por alguns de nossos profissionais e os custos sempre são honrados pela empresa”, explicou o sócio-diretor da VSCO.

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