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Aruc comemora 54 anos com samba e feijoada

Apesar de ser Patrimônio Cultural e Imaterial de Brasília, a escola busca a regularização definitiva da área que ocupa e torce para que o Carnaval de 2016 saia do papel

atualizado

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Em 2015, a Associação Recreativa e Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc) comemora 54 anos e a festa está marcada para este sábado (31/10), na sede da escola de samba. A partir das 13h, o público poderá curtir uma feijoada ao som da Bateria da Aruc e dos grupos Kanella de Cobra e Já Chegou Quem Faltava (foto no alto).

Formado por vários músicos da cidade, o Já Chegou Quem Faltava resgata a tradição dos sambas de terreiro, prática que fez história nas principais agremiações cariocas. No repertório, sucessos de bambas da Mangueira, Portela e Império Serrano. Um dos integrantes, João Peçanha (violão de 6 cordas) destaca a importância da Aruc na história do Distrito Federal:

A Aruc é um dos berços e dos principais redutos do samba no DF. A escola foi fundada por Natal da Portela, um das principais figuras do Carnaval do Rio de Janeiro. Isso faz com que a gente seja reconhecido em todo país. Além disso, a Aruc é um dos locais em que a gente encontra mais espaço para fazer a nossa música. É onde a gente se sente em casa

João Peçanha, violonista.

Helio Tremendani/Arquivo PessoalOutra pessoa que destaca a relevância da agremiação é Hélio dos Santos, ex-presidente da escola e atual membro do conselho de administração. “Para mim, um dos momentos mais marcantes foi o carnaval de 1982”, lembra Hélio (foto ao lado). “O desfile foi em Taguatinga e muitos integrantes não queriam ir até lá. Existia a possibilidade de ficarmos desfalcados e uma agremiação concorrente tinha comprado fantasias da Beija-Flor. Era uma concorrência forte. Entramos na avenida e levamos o título. Foi o meu primeiro como presidente da Aruc”.

Recentemente, a Bateria da Aruc participou da gravação do disco As Melhores Bandas do Mundo, que reuniu 20 artistas da cidade interpretando músicas originais das peças da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo. “Tenho uma relação pessoal com a agremiação. Torço por ela e já desfilei três vezes. É a minha escola do coração” conta Marcello Linhos, produtor do CD. “Ela também é a escola da companhia. Em 2015, o enredo dela foi ‘Theatro Aruc: 20 anos dos Melhores do riso no Mundo da gargalhada’. Infelizmente, o desfile não aconteceu”.

Samba e resistência
A mais antiga agremiação carnavalesca do DF, a Associação Recreativa e Cultural Unidos do Cruzeiro é Patrimônio Cultural e Imaterial de Brasília. Apesar do título, a Aruc atualmente luta pela regularização definitiva da área que ocupa desde 1974. O contrato de ocupação da escola venceu na década de 1990 e, até hoje, não foi renovado.

“Buscamos a Procuradoria Geral do Distrito Federal, o Ministério Público e a Secretaria de Esportes e ainda não conseguimos resolver o caso. Espero, em breve, que essa situação seja regularizada”, anseia Márcio Coutinho, presidente da Aruc.

Para piorar, o Governo do Distrito Federal ainda não confirmou se haverá desfile no Carnaval do ano que vem. “Apesar de tudo, vamos comemorar os 54 anos da escola. Enquanto tivermos força, vamos lutando. Há uma música que diz: ‘Muita gente se gloreia se o Cruzeiro morrer’. Se o bairro morrer, a escola de samba vai junto. Mas a Aruc é como o samba de Nelson Sargento: agoniza, mas não morre”, completa Coutinho.

Sábado (31/10), a partir das 13h30, na Aruc (Área Especial 8, Cruzeiro Velho). Ingressos a R$ 20 (antecipado) e R$ 25 (na hora). Informações: 9284-9200. Classificação indicativa livre.

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