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Ruy Castro resgata a importância do samba-canção em novo livro

O autor fala ao Metrópoles sobre “A Noite do Meu Bem: A História e as Histórias do Samba-Canção”, no qual retoma os principais episódios e personagens de um gênero subestimado na música brasileira

atualizado

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Brasil 247/Reprodução
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Depois de passear pelas histórias da bossa nova (“Chega de Saudade”), de Nelson Rodrigues (“O Anjo Pornográfico”), Carmen Miranda (“Carmen: Uma Biografia”) e Garrincha (“Estrela Solitária”), o escritor Ruy Castro lança “A Noite do Meu Bem: A História e as Histórias do Samba-Canção”.

No novo trabalho, Ruy resgata a importância de um gênero que acabou esquecido por muitos pesquisadores e artistas. Comumente (e erroneamente) relacionado à bossa nova e ao bolero, o samba-canção tem vida e história própria.

Com o fechamento dos cassinos no fim da década de 1940, espaços como as boates Vogue e Sacha’s e o Golden Room do Copacabana Palace se tornaram ambientes perfeitos para as vozes Ângela Maria, Dalva de Oliveira e Nora Ney, entre outras. As músicas falavam de um tema universal, o amor, mas eram cantadas para um seleto púbico carioca da década de 1950, como integrantes das famílias Moreira Salles e Mayrink Veiga.

Ao retomar os principais episódios e personagens de um momento único da história da música brasileira, “A Noite do Meu Bem: A História e as Histórias do Samba-Canção” se afirma como mais uma obra-prima de Ruy Castro. Ao Metrópoles, o autor fala sobre o processo de produção do livro e sobre seu objeto de estudo:

Por que a história do samba-canção foi tão preterida?
Pelo visto, havia algum preconceito contra ela — musical, social, não sei. Muitos achavam que o samba-canção não passou de um aquecimento para a bossa nova. Mas, em “A Noite do Meu Bem”, demonstro que o samba-canção é um ritmo autônomo e independente, que não apenas foi contemporâneo da bossa nova, como até sobreviveu a ela. O samba-canção nunca deixou de ser feito — apenas as pessoas pararam de chamá-lo pelo nome.

Nos três anos de pesquisa, qual foi a surpresa mais interessante que lhe apareceu?
A descoberta desse tesouro melódico e lírico, que são as centenas de extraordinários sambas-canção, bons de ouvir e de cantar. Que música popular pode se dar ao luxo de ignorar tal patrimônio? Como se pode desprezar canções como “Chuvas de Verão”, “Vingança”, “Risque”, “Canção de Amor”, “Canção da Volta”, “Molambo”, “Ouça”, “Castigo”, “Franqueza”, “Meu Nome É Ninguém” e centenas de outras?

O samba-canção teve como cenário o Rio de Janeiro. Porém, é possível afirmar que o gênero teve representantes expressivos em outros estados?
Sim, o samba-canção era adorado no país inteiro e saíram grandes compositores e cantores de todos os Estados do Brasil. Mas o ponto de convergência era o Rio, onde estavam as principais gravadoras e rádios — sem falar nas fabulosas boates.

Se a “batida diferente” era o charme da bossa nova, qual é o encanto do samba-canção, na sua opinião?
As extraordinárias melodias, as harmonias sofisticadas e as letras muito bem feitas. Além do ritmo, irresistível para dançar a dois, de rosto e outras partes coladas…

A pesquisa para “A Noite do Meu Bem” foi longa. Há planos de novas publicações nos próximos meses?
Não. Levei três anos trabalhando no livro e já estou com saudade desse período. Agora quero aproveitar bastante o prazer que ele parece estar dando às pessoas que o estão lendo.

Companhia das Letras/Reprodução

 

 

“A Noite do Meu Bem: A História e as Histórias do Samba-Canção”, de Ruy Castro. Companhia das Letras, 560 páginas. Preço médio: R$ 50.

 

 

 

Assista ao booktrailer, de “A noite do meu bem”, do escritor Ruy Castro:

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