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Maioria nos jogos, mulheres sofrem com machismo e assédio nos games

Abusos recorrentes na vida real também assombram as jogadoras no mundo virtual. Atualmente, elas representam 52,6% do mercado brasileiro

atualizado

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Kacio Pacheco/Metrópoles
Mulher game
1 de 1 Mulher game - Foto: Kacio Pacheco/Metrópoles

As mulheres já são maioria no mundo dos videogames. Apesar dessa presença maciça — segundo a consultoria Game Brasil, as jogadoras representam 52,6% desse universo —, elas ainda sofrem com o machismo, preconceito e assédio durante as partidas.

Jogadora assídua de “GTA V”, “COD Ghosts”, “Destiny” e “Overwatch”, a estudante Giulia Chermont, de 18 anos, já foi assediada durante uma partida on-line. Acostumada a jogar com amigas, justamente para evitar esse tipo de abuso, ela se aventurou na modalidade aberta (na qual os times são formados aleatoriamente com usuários conectados) e deu muito errado.

“Um dia jogando com umas amigas, precisávamos de mais pessoas no time e um homem caiu em nossa partida. Ele ficou do início ao fim dando em cima de nós e dizendo: ‘Quando você vai me chamar pra ir na sua casa? Faremos coisas legais’; ‘Quer que eu vá aí matar essa aranha pra você?’; ‘Vocês têm namorado? Podiam ter, não sou ciumento’; ‘Passem o número do celular de vocês, eu não mordo’”, relata Giulia.

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Para se proteger desse tipo de situação, a estudante prefere não utilizar os microfones para conversar com os participantes (para não descobrirem que se trata de uma mulher) e usar um apelido neutro. “Meu nickname é YUMECPO_13. Evito usar meu nome verdadeiro sempre”.

Durante o jogo, o assédio rola solto e sem punição. Além disso, para evoluir na carreira de gamer, as mulheres sofrem muito mais. Os e-sports ainda são predominantemente masculinos e as guerreiras virtuais enfrentam vários abusos.

“Já fui recusada em vários times por ser mulher. Geralmente eles ficavam dando em cima de mim e me julgavam. Já fui zombada no meio de um campeonato e também somos rebaixadas no e-sport porque temos a famosa TPM”, diz a estudante de medicina veterinária Barbara Gayde, de 19 anos. Atualmente, a jovem integra o time Project Harp, composto apenas por mulheres, que disputa campeonatos pelo Brasil.

No mundo amador, Barbara também sofreu com o preconceito, principalmente ao ouvir frases sexistas dos próprios colegas. “São comentários como: ‘mulher não tem o mesmo nível de habilidade’, ‘certamente deve ser uma obesa ferrada na vida’, ‘devia estar me chupando’ e o clássico ‘seu lugar é na cozinha'”, relata.

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